“Freeheld – Amor e Justiça“ podia ter sido um os melhores dramas inspiradores do ano passado.
As expectativas altas formaram-se em redor desta obra cinematográfica do realizador Peter Sollet. Mas a falta de determinação, tornaram este filme numa telenovela melodramática, com demasiadas falhas. A história comovente da luta de duas mulheres para a permissão dos mesmos direitos de pensão que os casais heterossexuais, comoveram a América nos anos 2005/2006. Ainda hoje são recordadas como as impulsionadoras e o orgulho homossexual. Além de ser baseado num caso real, foi inspirado pela curta-metragem documental com o mesmo nome, realizado por Cynthia Wade que ganhou o Óscar em 2007. Além de bem intencionado, este filme não encheu as medidas. O argumento foi tedioso e os desempenhos inconstantes.
Depois de vencer o Óscar de Melhor Atriz Principal em “O meu nome é Alice“, esperava-se outra interpretação memorável de Julianne Moore. Mais uma para adicionar ao seu excelente currículo. Na verdade isso não aconteceu. Juntamente com a atriz Ellen Page, retrataram o caso real de Laurel Hester e Stacie Andree. A vida do casal foi abalada devido à súbita doença de Laurel, um cancro nos pulmões. Detective de Ocean County, Nova Jérsia há 24 anos, pretendia proporcionar a melhor qualidade de vida à sua companheira, depois de morrer. No entanto a lei não permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e por isso Stacie não teria direito aos pertences de Laurel. Só havia uma solução, lutar pela igualdade.
Esta é uma história poderosa e rica emocionalmente, contada de uma forma supérflua e pouco comovente. “Freeheld” é a viagem exaustiva, mas corajosa de duas mulheres pela justiça, que Hollywood não conseguiu aproveitar. Como já referi, o elenco principal apresenta-se desconcertante e a química entre Julianne Moore e Ellen Page é quase inexistente. Quase de para-quedas o ator Steve Carell marca a presença no filme, como Steven Goldstein, descredibilizando ainda mais esta obra cinematográfica. Ora Carell é primariamente um ator de comédia, daí que a sua presença destabiliza o dramatismo necessário para o desenvolvimento linear da película. A falta de momentos comoventes é dos factores mais negativos. Nem na reta final, nos sensibilizamos com as personagens, nem com o seu percurso. “Freeheld” foi um desgosto , esperava algo abrasador, pois esta história de perseverança merecia.