Dia 1 de Abril, o Dia dos Mentirosos

Para a pessoa mais brincalhona, não se podem comparar as partidas de um ano inteiro com aquelas que se praticam no Dia das Mentiras. O Facebook enche-se de informações falsas, nos noticiários surgem as tradicionais histórias inventadas, meteoritos caiem na Terra, mas que, na realidade, são de esferovite, e os acontecimentos mais mirabolantes são terminados em gargalhadas. Afinal de contas, são estas as pessoas que mantêm a tradição deste dia viva, apesar da sua importância, no dia-a-dia da população em geral, ter vindo a decrescer significativamente.

A origem do Dia das Mentiras encontra-se envolta em mistério, afirmam os historiadores. A teoria mais popular está relacionada com a mudança de calendário, em França, em 1500, para que o Ano Novo pudesse ser comemorado no início de Janeiro. Alinhando-se, desta forma, com o calendário romano e deixando-se de fazer esta comemoração no fim de Março ou no início de Abril. Contudo, a notícia desta alteração tardou a espalhar-se pelo país e muitos populares no meio rural continuaram a realizar esta celebração no início da Primavera. Por esta razão, estes populares tornaram-se conhecidos por os “Parvos de Abril” (“D’Avril Fou”).

O estudioso Amar Boese, que dedicou muitos dos seus esforços na descoberta da origem desta tradição, acredita que esta “teoria está completamente errada, porque o dia em que os franceses celebravam o início do ano, legalmente, era no dia da Páscoa, o que torna uma associação ao Dia das Mentiras impossível”. Para ele, esta tradição provém dos antigos festivais da renovação primaveril, que existiam na Europa Antiga, nos quais as partidas e o acto de se andar mascarado eram actos comuns. Actualmente, em França, o Dia das Mentiras é intitulado de “Le Poisson d’Avril” (O Peixe de Abril), numa referência a uma partida clássica realizada neste dia, que consiste em colar um peixe de papel nas costas de um desconhecido que passe na rua.

Apesar de uma origem desconhecida, o importante é deixar que, no Dia das Mentiras, a nossa criança interior brincar e divertirmo-nos com as partidas que pregamos uns aos outros. Afinal de contas, rir será sempre o melhor remédio.

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