“A liderança não é a licença para fazer menos, é a responsabilidade de fazer mais. Liderar dá trabalho – excerto do livro “Líderes servem-se por último – como construir equipas seguras e confiantes.”
Simon Sinek
As empresas são hoje testadas para novos modelos de gestão e de liderança de talentos, em que o seu capital humano já não é visto como um simples ”número” que se regista numa folha de cálculo, mas analisa as suas pessoas numa vertente de cultura orientada para a partilha, para a reciprocidade e, numa perspetiva futura, de haver uma maior empatia de emoções no ambiente complexo que é o trabalho.
Chief Love Officer, da jornalista e autora Cristina Amaro, sobejamente conhecida pelo programa Imagens de Marca da SIC Notícias, é um livro que é o primeiro exercício de análise desta temática das relações no local de trabalho, quando desafia o conceito tradicional de liderança nas organizações, ao colocar o chamado “amor”, a empatia e o autoconhecimento no centro das relações empresariais.
Segundo a autora, é preciso redefinir o conceito de liderança, tal como o vemos, as empresas precisam de compreender que o seu sucesso está também ligado de forma direta ao bem-estar e desenvolvimento das suas pessoas. Este livro apresenta-nos uma abordagem interessante quando analisa o papel do colaborador de uma empresa, como alguém que representa uma “marca pessoal” que, valorizado, vai fortalecer e promover a identidade da marca corporativa.
Ao longo da obra, assistimos a uma análise distinta da autora quando considera que ao fomentar ambientes mais humanos e respeitadores, as empresas tornam-se mais autênticas e eficazes. Este livro, que eu diria mais como um pequeno guia, permite redesenhar a “liderança” como uma prática que deve unir o coração e a razão, e também vem revelar que o líder não é apenas o visionário, o guia da mudança, mas alguém que é “cuidador” das suas equipas, e que as inspira na missão da empresa.
Esta leitura que vos proponho hoje, pode ser um companheiro interessante de uma pequena viagem, entre casa e o escritório, de linguagem acessível, e sobretudo com uma reflexão muito humanista sobre a importância de um líder “liderar” com autenticidade.
Para a autora, uma liderança centrada no tal amor, tantas vezes mencionado nos capítulos deste livro, não é sinónimo de fraqueza ou complacência nos comportamentos, mas um incentivo e uma força para as equipas serem desafiadas a alcançarem o seu máximo potencial.
Mais do que um guia de autoconhecimento, Chief Love Officer oferece aos leitores uma nova perspetiva sobre as relações profissionais, encarando-as como espaços de crescimento e de valorização pessoal. Trata-se de uma ferramenta estratégica para os gestores e líderes que procuram transformar a cultura organizacional das suas empresas. É possível criarem-se ambientes de trabalho onde todos se sintam reconhecidos, motivados e como parte da organização.
Foi uma agradável surpresa esta obra, que acaba por ser um manual poderoso, em que a autora partilha “insights” interessantes que são fruto da sua longa experiência profissional no mercado de trabalho, no contacto com as empresas e na sua relação com as suas pessoas, nomeadamente a nível da escuta ativa, construção de confiança e comunicação empática.
Ao longo dos vários capítulos, encontramos o sentimento de líderes e colaboradores de desejarem criar ambientes de trabalho mais humanizados, pois as empresas ao assumirem o compromisso de cuidarem das suas pessoas, cuidam igualmente da sua própria essência e valor.
É um convite para líderes e profissionais refletirem sobre o impacto que têm nas suas equipas e para as empresas darem mais atenção ao fator humano, reconhecendo que o sucesso empresarial depende de uma liderança baseada na estratégia da empatia e da autenticidade.
Em conclusão, diria que, na minha perspetiva pessoal, um líder deve reunir as seguintes características para conseguir obter o máximo potencial das suas pessoas: deve inspirar, cativar, motivar, fazer pensar e, muito importante, deixar uma (boa) memória para guardar.
“O verdadeiro sábio, quando quer governar, modera as suas palavras e renuncia o próprio ego.”
Do filósofo Chinês Lao-Tsé (contemporâneo de Confúcio)
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Antigo Acordo Ortográfico”.