person standing and watching portraits

Arte: Entender para apreciar?

“Será possível apreciar Arte sem compreender a cem por cento tudo o que envolve a peça?

Será que conseguimos apreciar arte sem conhecimento específico?”

Para começar, penso que devemos explicar a diferença entre apreciar e entender.

Para entender arte, seja ela de que tipo for, temos que estudar um pouco a temática e os seus artistas.

Se falamos de cinema, por exemplo, teremos que saber um pouco sobre o cineasta em questão, sobre os actores, perceber a versatilidade quer de uns quer de outros.

O mesmo se passa com a música, conhecendo os seus compositores e os cantores será mais fácil avaliar o desempenho de ambos.

Passando também pela pintura, quando sabemos um pouco sobre o pintor, conseguimos até reconhecer os seus traços e distinguir os seus trabalhos entre os demais.

O mesmo se passa com a literatura e a fotografia. Há características que são intrínsecas e muito particulares e que tornam as obras e os seus autores únicos e inimitáveis.

Porém, sermos detentores de conhecimento não nos dá, de todo, a sensibilidade que é necessária para saber e poder apreciar arte.

De que adianta reconhecer uma música e quem a interpreta, se a música não nos diz nada? Olhar para um quadro, “adivinhar” de imediato o seu autor e não nos sentirmos de imediato tentados a perceber qual a mensagem que estará por trás?

Ler um excerto de um livro, identificar quem o escreveu, mas não  sentirmos qualquer tipo de emoção?

E o mesmo se passa com filmes e fotografias, etc.

Em suma, para apreciar arte não é, de todo, necessário ter algum conhecimento específico e muito menos entender a arte. A arte não se entende, sente-se! 

Assim, basta termos a sensibilidade para sentir, para perceber até onde a imaginação nos leva, fazer a nossa própria interpretação e acima de tudo, estarmos atentos às emoções que sentimos no momento da apreciação.

E não se preocupem, não há emoções certas ou erradas. Há, tão simplesmente, emoções.

A beleza de tudo isto é, indubitavelmente, a diversidade, a panóplia de interpretações que poderão existir para cada quadro, cada música, cada livro, cada fotografia, cada filme.

Dependerá de cada um, do seu estado de espírito e das suas vivências, e é  precisamente a troca e partilha dessas emoções que torna essas experiências enriquecedoras e que abrem horizontes.

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo acordo ortográfico.

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