“O que significa ser belo?” Esta expressão tem respostas diferentes ao longo dos anos. Em 1953, saiu um dos filmes mais promissores da carreira de Marilyn Monroe, Gentlemen Prefer Blondes, em português “Os Homens Preferem as Loiras”. Este filme ditou na altura que a versão de uma mulher bela, era a jovem atriz, de então 27 anos. Mesmo com peso a mais para a sua altura. Hoje em dia, Marilyn Monroe seria, ou descartada, ou categorizada como plus size.
Os padrões de beleza mudam de ano para ano. Consoante a época, mudam-se cortes e cores de cabelo, calças largas ou justas, blusas curtas ou compridas, um leque quase interminável de opções, a cada temporada que passa. Contudo, o mais preocupante é quando a nossa forma física também passa de moda.
No entanto, há um lugar em que isto não acontece. Um lugar onde se pode desenhar aquilo que gostaríamos de ser. O que gostariam que fossemos. Muito alta, muito baixa, muito magra, muito gorda. São fatores que não existem na internet. Cada um desenha a versão de si que prefere. A beleza torna-se assim, uma forma de conseguir atenção, mostrando algo provocativo que não é real, ou seja, clickbait.
As modelos começam a ser cada vez mais produzidas por computador e não por esforço pessoal. Pode não existir o que realmente se chama de beleza, desde que a maquilhagem e o Photoshop façam o “seu trabalho”. A Pessoa deixa de existir, dando lugar apenas a uma imagem, falsa no seu conteúdo.
No entanto, a parte preocupante é a falha de compreensão existente ao não conseguir distinguir a beleza real, da beleza produzida pelo meio tecnológico. É aterrador ver meninas de 12 anos a querer o corpo de mulher, com lábios e seios volumosos, nádegas salientes e barrigas inexistentes. Ou meninos a sentirem-se excluídos, porque são “o mais baixinho da turma”.
Em 2014, Ester Honig criou mais de 25 versões de si própria, ao mandar uma foto sua, para vários fotógrafos à volta do mundo. Acompanhada de uma só premissa “Make me beautiful”, “Faz-me bonita”. Como resposta, a fotógrafa recebeu a sua fotografia, totalmente editada, conforme os padrões de beleza dos diferentes países para onde mandou a foto original. Mais de 25 nacionalidades possíveis, apenas por editar uma fotografia.

As fotos de Ester, foram para o projeto Before and After, porém, não é difícil usar este tipo de método para enganar os membros da comunidade.
Saber estar com o nosso corpo requer autoconfiança. Ter força suficiente para dizer basta a todo o abuso psicológico para apresentar um corpo dentro dos padrões de beleza da sociedade. No entanto, são tantos os parâmetros a seguir, que se não quebrar o corpo, pode bem quebrar o psicológico. É necessário aprender a ser feliz com o que somos, de uma forma saudável.