Não consigo viver sem açúcar. Bombons luxuriantes com um toque fresco de menta, cheesecake impregnado de creme branco, colheradas de mousse que se dissolvem no paladar, este é o meu mundo. E se me calha um daqueles dias maus, é ver-me no trabalho a perguntar se alguém trouxe miraculosamente algum chocolate que me possa dispensar um bocadinho.
Nos últimos tempos, tem-se falado muito na questão do açúcar. E num mundo em que a nutrição, a boa forma física e a mente fresca vai conquistando, felizmente, cada vez mais adeptos, não posso deixar de pensar neste meu pequeno vício.
Temos prazer no açúcar. O doce faz parte de hábitos culturais e seculares. Os avós compensam com bolachinhas, alimentamos os nossos filhos com cereais açucarados, para já não falarmos em nós, que nos empanturramos de manhã com o bolo de arroz a acompanhar o café quente. Tendemos a consumir muito mais açúcar diariamente do que deveríamos.
Precisamos de energia, é mais do que certo, mas esta pode ser-nos fornecida pelo pão, pelos cereais integrais, pela fruta (os chamados glícidos complexos de absorção lenta). A sacarose encontra-se em todos os alimentos processados que tão bem conhecemos, os doces, os refrigerantes, as bolachas. E para piorar todo o cenário, o açúcar é também adicionado à maior parte dos alimentos que compramos nos supermercados, para se intensificar sabores e se prolongar prazos de validade.
Resumindo, tudo o que é empacotado e processado, muitas vezes vem disfarçado com nomes pomposos nos rótulos que nem nos lembramos de ler.
O açúcar cria dependência no nosso corpo que, ao consumi-lo, provoca modificações biológicas que nos pedem cada vez mais e mais, de forma a termos uma sensação maior de saciedade e bem-estar. Viciamo-nos.
Experimentem não consumir açúcar durante um período significativo de tempo. Digamos, um mês. Mas à séria! Para além dos bolos e bolinhos, cortem com refrigerantes, chá gelado açucarado e outras coisas embaladas que não nutrem e só nos mudam o paladar. Substituam por alimentos mais frescos e que não sejam processados. Garanto-vos que para além de perderem alguns quilos irão lembrar-se do nome daquele conhecido que encontram na rua, irão cansar-se muito menos, fígado gordo nem vê-lo (a não ser que continuem no vício do álcool, isso são outros quinhentos), estarão muito mais calmos, livres de diabetes, problemas metabólicos, com uma super saúde óssea e uma melhor pressão arterial. Ah! E já para não falar que é vê-los a correr por aí fora, porque terão muito mais energia.
Vantagens são muitas e muito mais do que aqui abordo, mas vale a pena. No equilíbrio está o ganho e ninguém vos pede que após a experiência, não comam de vez em quando o docinho tão bom da tia Elvira. Mas com muita moderação. Pela vossa saudinha!