Basta de ignorância

Não nascemos neste mundo para ditar morais. Somos todos iguais em direitos e deveres. Não importa onde tenhamos nascido, se tivermos a tez mais escura, morena ou clara, loira, os olhos castanhos, pretos, mais escuros ou azuis, verdes, claros. E quero esclarecer-te sobre o porquê de pensar assim.

Uma frase batida vem-me à cabeça: somos todos diferentes e todos iguais. Porque é que eu acredito que somos todos iguais apesar das diferenças físicas? Somos todos demasiado diferentes para poder traçar normalidades e eficiências. Temos muitas características desde o nascer do dia ao cair da noite e desde o nascimento até à morte, e durante todo o trajeto da nossa vida. Desde a ponta do pé esquerdo até ao ombro direito, cada cabelo, pelo, célula; externamente e internamente, somos diferentes em nós – funcionamos por blocos e órgãos – e dos outros. Ninguém vem de fora, o mundo é UNO e nosso de toda a gente. Importa cuidar dele, porque é finito.

Não há invasões marcianas, até ver… e já há tanta coisa neste mundo e em cada um de nós, diversa. A mistura melhora a qualidade do produto; a heterogeneidade é um ganho. Não há o nosso país, nem o deles, é tudo comum a todos. Somos feitos de inteligência, sentimentos, corpo e razão diferentes, não são conhecidos irmãos, nem gémeos iguais. As fronteiras foram inventadas por humanos no passado e não faz sentido que nos maltratemos por nada, nem porque nascemos na rua de baixo ou de cima, a norte e/ou sul, do outro lado da linha. Não há nenhuma razão para sermos mais, nem bem nem mal tratados. Todos temos direito a viver neste mundo por igual. É horrível pensar que podemos estar a participar, com o nosso silêncio, num regresso ao passado.

Já houve imigrações e emigrações geracionais. Os nossos pais e/ou avós já viveram e amaram noutros espaços e noutros tempos pessoas diferentes, de outras culturas. Já fomos um país de emigrantes, hoje recebemos imigrantes e o amor a todos mistura. Africanos, Brasileiros, Indianos, Americanos, Franceses e um pouco por todo o lado, MUNDANOS. Acolher e bem receber é um ganho e gera-nos futuros: todos queremos ser bem recebidos e não passar fome, nem frio. Se queremos todos viver numa sociedade mais unida façamos por ela, é estúpido discriminar seja por que razão for.

A estupidez é contagiosa, cuidado com ela, não a deixes entrar, invadir teu espaço, o teu corpo… Não te deixes arrastar pelo egoísmo que encara o nosso corpo como o melhor e não permite que esteja errado o teu pensamento. Outra classe social ou outra etnia podem levar a um destino melhor; restringir a uma única pode ser pior. Só pensar no nosso país e não querer saber de refugiados é limitado e errado. A extrema-direita propaga-se, infelizmente, e BASTA dessa ignorância.

É preciso abertura ao mundo.

Artigo escrito segundo as regras do novo acordo ortográfico.

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