2014: Uma odisseia nos videojogos

Finalmente estamos em 2015, um ano novo, repleto de esperança para o futuro e também alguma nostalgia pelo passado. No entanto e como a bons filhos cabe, não podemos deixar passar a oportunidade para revisitar tudo o que aconteceu na indústria dos videojogos em 2014 com um olho mais clínico.

No primeiro mês do ano, mais precisamente no dia 7 de Janeiro, a Sony Computer Enterteinment (SCE) oficializa o até então rumor de um serviço de Cloud-Streaming denominado Playstation Now. Este serviço, através de uma subscrição paga, ou de pagamento per-game, vai-nos permitir ter acesso a uma vasta gama de títulos da Playstation 3, bem como possivelmente a títulos das já tão saudosas Playstation, Playstation 2 e Playstation Portable. O PSNow estará disponível tanto nas consolas da Sony como na gama de televisões Sony Bravia e, com enorme surpresa, também em algumas smart TVs Samsung. Porém, esta não foi a única novidade que Janeiro nos trouxe.

No dia 27, exactamente nas antípodas da denominada – “Guerra de Consolas”, a Microsoft compra à Epic Games os direitos da saga Gears of War, que foi uma das sagas mais aclamadas na ultima geração de consolas domesticas e que saiu exclusivamente para a XBOX 360. No entanto, 2014 não foi apenas ano de boas novas.

A 18 de Fevereiro, a companhia que desenvolveu jogos brilhantes como Bioshock e Bioshock Infinite, de nome Irrational Games (subsidiária directa da Take-Two Interactive) fechava portas, após 17 anos no activo.

Em Março, a realidade virtual chegava em força com o anuncio do Project Morpheus. O Project Morpheus é o nome de código para o novo headset de realidade virtual que está a ser desenvolvido para a Playstation 4, mas que também funciona com a Playstation Vita. Este headset, na sua essência, é um dispositivo que funciona de forma análoga aos já desenvolvidos óculos de realidade virtual Oculus Rift, da empresa Oculus VR. Por falar na Oculus VR, esta mesma empresa foi, em Março, vendida ao Facebook por 2 biliões de dólares.

“Em abril águas mil”, segundo refere o tão conhecido ditado popular, no entanto, entre Abril e Maio o panorama da indústria dos videojogos, no que toca a grandes novidades (sem contar com jogos lançados) andou um bocado parado. Novamente de uma forma negativa, Maio trouxe o fim dos servidores Online da Nintendo Wii e Nintendo DS, acabando assim a possibilidade de jogar online nestas duas plataformas.

Chegamos finalmente a Junho, que é provavelmente o melhor mês do ano na indústria dos videojogos. Neste mês, desde 1995, é celebrada a E3, também conhecida como  Electronic Entertainment Expo, no centro de convenções de Los Angeles. Este é um evento que tem tido muita afluência desde a sua génese e que é esperado tanto pelo público consumidor, como também pela massa jornalística da especialidade, para esmiuçar os novos anúncios, abordar os developers e, de certa forma, abrir uma janela para o futuro da indústria. A Sony anunciou a Playstation TV (que à data de publicação deste artigo já se encontra nas prateleiras das lojas), a Alienware anunciou o Alienware Alpha Steam Machine e a Nintendo anunciou finalmente a chegada de um dos seus franchises de mais sucesso – The Legend of Zelda à sua plataforma doméstica de nova geração, a Wii U.

Julho deixou-se passar com a fusão da Neversoft (produtores das sagas Tony Hawk’s Pro Skater e Guitar Hero) com a Infinity Ward (produtores de vários capítulos da saga Call of Duty). Já em Agosto, a Electronic Arts lançou um serviço por subscrição denominado EA Access. Este serviço abre, através do pagamento de um montante mensal, as portas para uma colectânea de jogos da EA todos os meses.

Novamente na celebração de grandes expos internacionais, desta feita na Europa, entre os dias 13 e 17 de Agosto foi realizada na Alemanha a Gamescom, uma das maiores feiras de videojogos do Mundo. No dia 25 de Agosto, a Amazon.com comprava o serviço de streaming de vídeos Twitch.tv por 970 Milhões de Dólares, no dia 29 a Nintendo, anunciava a New Nintendo 3DS XL, com hardware melhorado e, na fase terminal do mês, era celebrada em Washignton a PAX Prime, mais uma feira de videojogos com grande relevo internacional.

Em Setembro, a Microsoft envolveu-se em mais uma compra multi-bilionária, adquirindo a franquia Minecraft à Mojang, por cerca de 2.5 Biliões de Dólares, Tokyo recebia o Tokyo Games Show 2014 e ainda a Naughty Dog (produtora de Crash Bandicoot, Jak and Daxter, Uncharted e The Last of Us) celebrava os 30 anos.

Outubro apareceu claramente como o “mês dos eventos” com a GIGACON 2014 na Noruega, o EGS 2014 no México, Play Expo 2014 em Manchester, FirstLook 2014 na Holanda, o campeonato do mundo de League of Legends celebrado no Seoul World Cup Stadium, os Golden Joystick Awards e, por ultimo, o Milan Games Week.

Novembro entrou com muito orgulho na mudança da mentalidade Portuguesa, com o Lisboa Games Week, evento alocado na FIL – Feira Internacional de Lisboa, de 6 a 9 de Novembro. Aqui convém parar e reflectir que, afinal de contas, a mentalidade das pessoas está finalmente a mudar e os videojogos deixaram de ser o bicho de sete cabeças, flagelo da sociedade, devorador de lares que muitas, e leia-se bem, pessoas com formação na área da psicologia rotularam de veneno. O ano acabou com mais eventos, entre Novembro e Dezembro, como por exemplo a PAX Australia 2014 em Melbourne, a BlizzCon 2014 na Califórnia, o campeonato do mundo de E-Sports no Azerbeijão, os The Game Awards 2014 em Las Vegas e a Playstation Experience também em Las Vegas.

No entanto, o fim do ano trouxe também a morte de umas das individualidades mais importantes da indústria dos videojogos. No dia 6 de Dezembro de 2014, com 92 anos, morria Rudolf Heinrich Baer, criador da primeira consola de videojogos – A Magnavox Odyssey.

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