Greta Garbo, and Monroe
Dietrich and DiMaggio
Marlon Brando, Jimmy Dean
On the cover of a magazine
Grace Kelly; Harlow, Jean
Picture of a beauty queen
Gene Kelly, Fred Astaire
Ginger Rodgers, dance on air
They had style, they had grace
Rita Hayworth gave good face
Lauren, Katherine, Lana too
Bette Davis, we love you”
Estávamos em 1990 e Madonna prestava a sua homenagem a 16 estrelas do cinema de Hollywood das décadas entre 1920 e 1950 na música Vogue, lançada no seu álbum I’m breathless. À data, apenas Marilyn Monroe (1926-1962), Grace Kelly (1929-1982), Jean Harlow (1911-1937), Fred Astaire (1899-1987), Rita Hayworth (1918-1987) e Bette Davis (1908-1989) estavam já mortos. No passado dia 12 de Agosto morria, de derrame cerebral, no seu apartamento no Edifício Dakota, local de residência em Nova Iorque de várias personalidades como Judy Garland (1922-1969), John Lennon (1940-1980), Leonard Berstein (1918-1990) e Rudolph Nureyev (1938-1993), a última sobrevivente das mencionadas naquela música, Lauren Bacall (1924-2014).
À nascença, a 16 de Setembro no bairro de Bronx, Nova Iorque, foi-lhe dado o nome de Betty Joan Perskee, filha única da secretária Natalie Weinstein-Bacal e de William Perske, vendedores. Os seus pais eram judeus, ele filho de pais polacos, ela alegadamente de origens romenas.
Enquanto jovem, e depois dos seus pais se terem divorciado quando apenas tinha cinco anos, Bacall foi educada por uns tios, financeiramente bem estabelecidos, num colégio privado, em Tarrytown, Nova Iorque e, posteriormente, na escola secundária Juali Richman, em Manhattan.
Iniciou a sua carreira como modelo para revistas de moda conceituadas, como a Vogue, ou a Harper’s Bazaar, enquanto frequentava a American Academy of Dramatic Arts, a partir de 1941. Logo no ano seguinte, estreou-se na Broadway, com apenas 17 anos. Todavia, seria a sua aparição na capa de uma revista que permitira o convite pela parte do realizador e produtor cinematográfico, Howard Hawks (1896-1977). Na verdade, fora a sua mulher, Nancy, quem a descobrira e convencera o marido a convidar Bacall para um teste cinematográfico para o seu novo filme, Ter ou não Ter, que estreou nos Estados Unidos da América em 1944 e dois anos depois em Portugal.
A sua estreia no cinema com este filme tornar-se-ia um marco na sua vida profissional. Assinou um contrato de trabalho de sete anos, que lhe garantia um salário semanal de 100 dólares e a participação em diversos filmes, nos quais contracenou com diversos outros nomes sonantes do cinema de então: Humphrey Bogart (1899-1957), Charles Boyer (1897-1978) Edward G. Robinson (1893-1973) e Gary Cooper (1901-1971). Foi também neste filme que desenvolveu aquela que seria a sua marca pessoal, conhecida como The Look. Na verdade, durante as gravações de Ter ou não ter, para que não tremesse de nervosismo perante as câmaras, apertou o queixo contra o peito, inclinando o seu olhar para cima, fitando-as. De tal forma a sua expressão facial, aliada à forma glamourosa como aparecia no ecrã e fora dele, a tornaram um indiscutível ícone, símbolo de requinte e elegância. “So Lauren Bacall me”, escreveriam Andrew Lloyd Weber (n. 1948) e Tim Rice (n. 1944), num dos versos do musical Evita, em 1978.

Todavia, com aquele filme conheceria também aquele que foi o seu primeiro marido, Humphrey Bogart, então casado. Seria após o divórcio deste que em Maio de 1945 o casal daria o nó, do qual nasceram dois filhos: Stephen (n. 1949), e Leslie (n. 1952). Em 1957, Bogart morria de cancro do esófago. Pouco depois, teve um breve romance com Frank Sinatra (1915-1998), mas só voltaria a casar em 1961 com o actor Jason Robards (1922-2000), de quem teve um filho, Sam (n. 1961), divorciando-se em 1969.
Participou em mais de 30 longas-metragens, mais de uma dezena de séries televisivas e meia dúzia de telefilmes. Participou também em anúncios comerciais e deu voz em filmes de animação. Escreveu duas autobiografias, intituladas Lauren Bacall By Myself (1978) e Now (1994). A lista de prémios que recebeu em vida é extensa, incluindo Tony Awards, Sarah Siddons Awards, Globo de Ouro, César honorário e o Óscar honorário, tendo sido considerada em 1999 como uma das 25 estrelas femininas de cinema da História, pelo American Film Institute.