Ao longo da vida perdemos várias coisas, desde os objectos mais simples, como uma caneta, às coisas verdadeiramente importantes: pessoas de que gostamos, batalhas, esperanças. Contudo, não podemos sempre ganhar, sabemos disso e talvez, por isso, aceitamos as derrotas com relativa calma. Não é por não nos importamos, mas porque aprendemos a aceitar.
Aprendemos a aceitar, olhando para o futuro, tentar corrigir os erros, ou tentar de novo. Não desistir, trabalhar, aprender, lutar. Estas são algumas das coisas que aprendemos, quando perdemos algo. Porque perder, como disse Clarice Lispector “significa ir encontrando e nem saber o que fazer do que se for encontrando”. Mesmo que não percebamos no momento em que perdemos, mesmo que não entendamos que aconteceu “naquele” momento, aprendemos com os erros, com as perdas.
Podemos, assim, afirmar que mesmo quando perdemos, ganhamos. Ganhamos experiência, conhecemos a nossa força, muitas vezes conhecemos aspectos da nossa identidade que não conhecíamos, ou moldamos mesmo essa identidade. Como disse o autor Andrew Solomon, numa palestra Ted Talks, temos que assumir os momentos maus “e integra-los em quem possamos a ser; temos que transformar os piores acontecimentos da nossa vida numa narrativa de triunfo, evidenciando um ´eu´ melhor, em resposta às coisas que magoam.” O autor norte-americano acrescenta ainda que, apesar de “não procuramos experiências penosas que talhem as nossas identidades, “procuramos as nossas identidades na sequência de experiencias penosas”.
Winston Churchill foi mais longe, afirmando que “o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo”.