Não!

Não se deve começar um texto com um não e talvez não seja bonito fazer discursos à boa maneira de um concurso de Miss Universo, sendo que a triste realidade nos empurra para isso.

Não à guerra, não a um mundo tão contraditório e primitivo. Não existe uma razão plausível ou, no mínimo, compreensível para justificar uma nova guerra no mundo. Não é aceitar que o ser humano ainda seja tão pré-histórico no vigésimo primeiro século deste nosso calendário gregoriano e que tudo se continue a resolver através de conflitos armados e, pior, à custa de vidas humanas que não têm como se defender ou forma intervir nesses conflitos, a não ser estar no local certo à hora errada. Existe ainda, por parte de muitos, o desrespeito e uma enorme incapacidade de valorizar os seus semelhantes. Como é que civilizações consideradas desenvolvidas continuam a ser lideradas por mentes tão megalómanas e vis, verdadeiros psicopatas que buscam indiscriminadamente poder?

Não haverá necessidade de encontrar cientificamente alguma vacina ou alteração genética que venha a erradicar de uma vez este instinto predador, o desprezo pela vida alheia, a sede de poder e a ambição desmedida?

Não se trata apenas deste recente conflito, mas de todos os conflitos neste planeta cada vez mais ameaçado pelas criaturas que supostamente deveriam ser mais inteligentes. Parece ser mais fácil chegar a outro planeta do que criar a tão desejada Paz entre os homens.

Não é admissível.

Como é possível?

Como é possível que o mundo esteja, de novo e cada vez mais, a voltar às ditaduras?

Como é possível tantos serem dominados por tão poucos e como é possível outros tantos assistirem a estas carnificinas completamente indiferentes, e quem realmente quer ajudar, a única coisa que pode fazer são manifestações ou enviar mantimentos para os que são julgados inocentes?

O mundo está revoltado, indignado e, no entanto, desta vez a única grande diferença é esta guerra ser no velho continente e poder tocar a todos de sobremaneira, porque a Rússia é a maior potência em armamento nuclear, e existe a iminência do seu uso, como medida desesperada de um megalómano narcisista que está a perder qualquer apoio por parte do mundo.

Mas e os outros?

Aqueles países que durante anos sofreram e continuam a sofrer nas mãos de ditadores? São quase 50 os países, de onde se destacam a China, a Correia do Norte, Cuba e Venezuela que não garantem os direitos humanos fundamentais aos cidadãos. Guerras ou conflitos armados anualmente contam com milhares de mortos, quer no médio oriente, como em Africa e Índia. Também na América do Sul registam uma grande quantidade de mortos anualmente.

Contudo, a humanidade julga-se evoluída e capaz de grandes feitos. Existem prémios Nobel para os grandes feitos, para os humanos que se destacam pelas suas atitudes, pelos seus pensamentos, pelas suas acções. É mais que evidente que qualquer humano que lute pela Paz e aja de forma altruísta merece um louvor, afinal, porque são esses os que são evoluídos. São aqueles que conseguem dar o valor à vida humana e à vida não humana.

Mas será possível algum dia a Paz Global ver a luz do dia?

Claro que não!

O ser humano é ainda primitivo na sua essência e basta ver as guerras e discórdias entre irmãos por cima do túmulo de seus pais. Enquanto o sentido de justiça e o amor pelo próximo continuarem a ser manipulados pelas religiões e pela política da ambição e ganância, esta Humanidade está condenada a viver debaixo de fogo e eternamente suportada por uma grande tensão bélica.

Enquanto não se destruírem armas, jamais haverá evolução da espécie humana e tudo se encaminha para que o avanço tecnológico torne estes loucos tão perigosos como um macaco armado no meio de uma multidão.

Não à guerra!

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