Traduzida em mais de 103 línguas, os seus livros bateram recordes de venda, ocupando o segundo lugar, logo atrás da Bíblia. Agatha Mary Clarissa Miller nasceu em Torquay, condado de Devon, Reino Unido, a 15 de Setembro de 1890, tendo falecido a 12 de Janeiro de 1976, em Wallingford.
Era a terceira filha de Frederick e Claire Miller, ele americano, ela da Irlanda do norte. Ele, ao contrário da mulher, provinha de alta classe média. Para além de Agatha, tiveram outros dois filhos, mais velhos, Madge e Monty. Com seis anos, Agatha e a família foram viver para França. Enquanto os seus irmãos recebiam uma formação escolar tradicional na época, frequentando a escola pública, a educação de Agatha esteve a cargo de tutores e professores particulares. Orfã de pai aos 11 anos, vitimado por ataque cardíaco, aos 16 estabeleceu-se em Paris, onde estuda música, ambicionando um dia ser cantora, voltando para Inglaterra em 1910.
Em 1912, conheceu Archibald Christie (1889–1962), coronel e piloto do Corpo Real de Aviadores, num baile oferecido por Lord e Lady Clifford of Chudleigh. O romance entre Agatha e Archibald não se fez esperar. Dois anos depois, na véspera de Natal de 1914, Agatha e Archibald casam. Enquanto o marido participa da Primeira Guerra Mundial, Agatha desempenha funções num hospital e numa farmácia, onde obteria muitos dos conhecimentos que utilizaria em seus livros. Na verdade, em 1916 começa a escrever o seu primeiro livro, The Mysterious Affair at Styles, que seria publicado em 1920, após ter sido rejeitado por seis editoras e depois de ter tido a sua única filha, Rosalind, em 1919. Em 1923, a sua irmã morre, mas é o ano de 1926 que lhe traria dois maiores desgostos: a morte da mãe e a separação do marido, que em Dezembro lhe revela estar apaixonado por uma outra mulher, Nancy Neele, e que pretende o divórcio. Após saber a notícia, Agatha desaparece durante 11 dias. O seu carro é encontrado abandonado junto a um lago e teme-se o pior. A polícia organiza buscas, utilizando aviões e mergulhadores, envolvendo inúmeras pessoas e oferecendo uma recompensa por informações sobre o seu paradeiro. Na verdade, Agatha encontrava-se hospedada num hotel em Harrogate, sob o nome de Teresa Neele, o mesmo apelido da mulher por quem fora trocada. O divórcio, no entanto, só ocorreria dois anos depois.
Todavia, foi também em 1926 que a publicação de um seu romance policial, The Murder of Roger Ackroyd, a lançou finalmente para a ribalta, vendendo mais de cinco mil cópias.
Em 1928 e 1929, a convite do arqueólogo britânico Leonard Woolley viaja até Ur. Na segunda das suas viagens, conhece o assistente daquele, Max Mallowan, por quem se apaixona. Max, 14 anos mais novo que a escritora, acaba por desposá-la em 1930, mantendo, no entanto, o apelido do seu ex-marido, uma vez que era por esse nome que era conhecida.
Foi através deste segundo casamento que Agatha adquiriu os conhecimentos de arqueologia necessários para a escrita de alguns dos seus romances, permitindo-lhe igualmente viajar pelo mundo. Em 1934, lançaria talvez o seu livro mais famoso, Murder on the Orient Express, que teve várias adaptações televisivas e cinematográficas, nomeadamente a de 1974, ainda em sua vida, que concederia um Óscar a Ingrid Bergman.
Em 1971, foi-lhe concedida o grau de Dama do Império Britânico. O seu último livro data de 1975, dois meses antes de falecer de Pneumonia, estando sepultada em St Mary Churchyard, Cholsey, Oxfordshire. O seu marido sobreviver-lhe-ia por apenas dois anos.
Escreveu mais de 80 romances policiais, popularizando personagens como o belga Hercule Poirot, ou a solteirona Miss Marple, mas também rescreveu seis romances, dois livros de poesia, um livro infantil, duas autobiografias e peças teatrais, uma das quais foi a peça que mais tempo está em cena, The Mousetrap, tendo-se estreado em Londres no Ambassadors Theatre, em 1952.