Kodaline, composta por Steve Garrigan, Mark Prendergast, Vincent May e Jason Boland, é uma banda de origem irlandesa, com base em Swords, Dublin. Originalmente conhecida como 21 Demands, era marcada pela musicalidade típica de “garage band”/ high school rock dos anos 2006 a 2008. De facto, foi assim mesmo que tudo começou, como uma banda de garagem composta por quatro rapazes em idade de liceu. Ganharam destaque quando o seu single “Give Me a Minute” chegou ao topo do Irish Singles Chart, tornando-se a primeira banda de origem indie a consegui-lo, até aquele momento.
Com a mudança do nome para Kodaline, em 2012, começavam a preparar o lançamento do seu primeiro álbum: “In a Perfect World” (2013). Este primeiro álbum, surpreendeu o mundo da música com o seu som alternativo de rock melodioso. Profundamente marcado pela cena indie rock do início da década 10 do séc. XXI, com um toque à mistura de melancolia e gostinho a U2, Coldplay ou até mesmo Oasis.
Com o lançamento do segundo álbum em 2015, “Coming up for air”, nota-se uma clara mudança. A banda continua em busca do seu estilo, experimentando com novos sons. Desta vez, as músicas, na minha opinião, funcionam muito melhor que no álbum interior.
Algumas tracks fazem-me lembrar o princípio dos The Killers. Outras músicas, lembram-me bandas como os primeiros álbuns dos Husky ou das Haim, ou até mesmo dos Ok Go. Até noto um “toque” de folk. Destaco a música “Honest”, que é a minha preferida no álbum, com mais low bass e uma summer vibe deliciosa, perfeita para cantarolar e harmonizar com a voz de Steve Garrigan (vocalista principal). Este álbum é perfeito para uma road trip. Já consigo imaginar: as quatros janelas descidas, óculos de sol e os pés descalços sobre o tablier do carro. Lá fora o asfalto a ondular com o calor de Agosto e eu cantando ao vento quente que me bate no cabelo solto (sim… preciso de férias, pessoal).
Recentemente, em Setembro de 2018, a banda decidiu, outra vez, explorar um novo estilo, desta vez completamente diferente, menos alternativo. Talvez acompanhando os tempos modernos e o que é mais popular hoje em dia. Ou talvez, descobrindo o seu verdadeiro som. Com sonoridade mais pop, lembra-me a Bruno Mars (de quem não sou grande fã) ou Pharrell Williams. Com a introdução de batidas electrónicas e até mix de vozes sintetizadas, o folk desaparece por completo e temos agora algo tipo: Imagine Dragons tem um encontro para chá e bolinhos com os Maroon 5. Porém, com a música “Head Held High”, temos uma reminiscência dos antigos Kodaline e é, claro, a minha música preferida do álbum.
Claro que aos fãs mais antigos de Kodaline (eu sendo uma muito recente), terá-lhes caído mal esta mudança no estilo da banda, mas eu não acho que tenha sido assim tão trágico. Kodaline está a acompanhar os tempos e a conseguir um reconhecimento mais internacional. É a evolução natural das bandas que começam com o sonho de uns poucos putos que tocavam entre prateleiras e caixas de cartão, na garagem da casa dos pais, e hoje em dia já fazem tours pelo mundo fora.
Ainda é uma banda que escuto com gosto e não consigo evitar de sentir o tal road trip vibe, até mesmo neste último álbum. Sem esquecer, claro, que em concerto, ao vivo, deve ser uma experiência única. Deixo aqui o vídeo da visita que fizeram a Portugal: nada mais, nada menos que em versão unplugged, no nosso querido Poço Iniciático da Quinta da Regaleira, em Sintra.