Hoje estou particularmente incapaz de perceber, não há como, desculpem-me, mas não consigo entender!
A comunicação social expõe a cada dia burlas, corrupção, falcatruas e maroscas que resultam de uma conjugação de fatores que se interligam e relacionam, de forma tão intrínseca que nem sempre é fácil de entender pelo comum dos cidadãos.
Diria mesmo que chega a ser quase ofensivo à inteligência do comum dos mortais, o que por vezes se ouve e lê nas notícias, na imprensa escrita, quer seja em papel ou online, é quase chocante.
As respostas que ouvimos de determinados senhores, supostamente referências na sociedade em que vivemos, e potenciais figuras de destaque no universo empresarial português, chega a tocar o mais ínfimo grau de incredulidade, como é possível que os próprios se exponham a este tipo de situações?
Não será com toda a certeza fácil, o trabalho de quem procura encontrar pormenores e detalhes, que permitam ajudar a perceber as mais distintas e extraordinárias situações, e a torná-las entendíveis pela justiça e por nós cidadãos, e estes adjetivos (distinto e extraordinário) devem ser entendidos no pior sentido que possam ter.
Os últimos casos vindos a público são disso um bom exemplo.
É verdade que todos somos inocentes até prova em contrário, mas também é verdade que a nossa justiça nos últimos anos tem tido uma intensa atividade, que não deveria existir se todos tivéssemos o tal fio condutor que delimita o caminho até onde se pode chegar, e a partir do qual não se pode passar.
Depois podem surgir as questões da desigualdade de tratamento por parte da justiça, em face das pessoas que estão a ser julgadas, se bem que, em boa verdade, nos últimos tempos temos percebido que assim já não é, pelo menos não em tão larga escala, como já o foi em outros tempos.
O que é certo é que o comum dos cidadãos continua, em grande número, a sentir-se enganado e ludibriado, por aqueles que supostamente são os gestores de topo, os empresários de luxo da nossa nação que deveriam ser inatacáveis pela sua competência e pela lealdade às funções que exercem, sem fazer da sua influência a arma de lançamento no seu desempenho, e por vezes usando essa influência da pior maneira que possamos imaginar.
A cada dia a imprensa explora e expõe mais um escândalo, que de tão perturbador que é, envergonha a cada um de nós, escapando aos próprios infratores do carácter, mas estourando de forma estrondosa na nossa cara, os diferentes casos que se sucedem.
Afinal, somos cidadãos cumpridores que apesar de não “nadarmos” no lago das influências, nos sentimos a cada dia mais injustiçados, em face dos factos que diariamente são trazidos a público, e para os quais, por vezes a resolução demora tempo demais, permitindo que se acredite, que provavelmente vai ser mais uma situação a passar impune.
O que mais me aborrece muito sincera e honestamente é mesmo a ideia de que possa existir, um sentimento de impunidade, que desce sobre algumas pessoas, e que lhes confere, no entendimento dos mesmos, poderes quase sobrenaturais!
“A força fez os primeiros escravos, a sua covardia perpetuou-os.”
(Jean-Jacques Rousseau)