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De génio e de Louco

O medo de não ser aceite ou reconhecido na sociedade, ou no meio familiar, ou profissional faz com que nos escondamos por trás das máscaras. E assim, vivemos num mundo de aparências. O “parecer” sobrepõe-se ao “ser”.

Precisamos ser admirados e seguimos cegamente as regras e padrões que a sociedade nos impõe. Temos vergonha de nos mostrar como seres únicos e especiais que cada um de nós é na sua essência.

Sempre me senti um pouco “deslocada” do mundo, o que, por vezes, fazia com que me escondesse na minha “concha”. Sentia-me diferente, talvez pelos meus ideais ou pela minha curiosidade nata em desvendar os mistérios mais profundos da existência neste planeta.

As “ovelhas negras”: os loucos, os neurodivergentes, os antissociais, os objetores de consciência, os visionários, são, na minha opinião, os que fazem avançar o mundo. Os artistas, os génios, sempre foram, na sua maioria, considerados diferentes. São, geralmente, os excluídos da sociedade.

Aqueles que se limitam a seguir o “rebanho” não são motores de evolução, pois regem-se pelos padrões instituídos. São manipulados por uma minoria que pretende que sejamos meros joguetes automatizados com o objetivo de realizarem os seus próprios interesses. Facilmente caímos na “roda do hamster”.

Pergunto: por que temos vergonha de expor e acionar a nossa singularidade? Por termos receio da rejeição, da exclusão, do desamor, que daí poderá advir? E, por esta via, afundarmo-nos na fraca autoestima e excluirmo-nos, não oferecendo a nossa cota parte especial e única?

Anseio por um mundo onde os humanos não se escondam atrás das máscaras. Onde a inclusão predomine. Onde haja reconhecimento das qualidades pessoais e singularidades de cada um. Onde possamos contribuir, de forma diferenciada e com as nossas peculiaridades essenciais para uma sociedade mais pura e mais rica. Um mundo onde o “ser” tenha mais valor que o “parecer” ou o “ter” ou “o ter para parecer”.

Como seria monótono, se todos fossemos iguais.

Seria possível construir este mundo novo? As cores e não a preto e branco? Quero acreditar que sim.

Somos “weird”. Não tenhamos receio ou vergonha de assumir! Somos ser especiais e únicos (EU).

De génio e de louco todos temos um pouco.”

Augusto Curry

Nota: Este texto foi redigido segundo as regras do novo Acordo Ortográfico.

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