Com o Rock me Encantam os Mendigos&Ladrões

Fiéis à sua língua materna e com mensagens fortes, os Mendigos&Ladrões mostram-nos, através das suas músicas, os gritos de revolta e as utopias que constroem à volta das letras que escrevem. Utopias essas que pretendem que comecem sempre pela noção de respeito ao próximo. O seu Rock revolucionário chega às novas gerações e pretende marcá-las, como há 30 anos nomes como Rui Veloso e Xutos e Pontapés marcaram as gerações da sua época.

Conhece melhor o trio que, cantando em português, quer fazer renascer o Rock nacional.

Os Mendigos&Ladrões surgiram em 2012 com um Rock revolucionário. Quem são estes Mendigos&Ladrões?

Somos 3 amigos, Nuno Ramos, Diogo Fonseca e Espedito Gomes, que já se conheciam e que nos juntávamos para tocar algumas vezes. Eu [Nuno Ramos] tinha algumas músicas compostas há alguns anos, as quais começámos a tocar. O Diogo pegou pela primeira vez num baixo e a música começou a fluir de uma forma genuína e simples. Nunca houve um momento em que discutíssemos que estilo de música iríamos tocar. Limitámo-nos a fazer a música que sentimos.

Porquê este nome para a banda? Inspiraram-se no estado do nosso país?

O nome Mendigos&Ladrões surgiu no meu mundo há alguns anos, quando vi um livro que os meus pais tinham em casa com o nome Mendigo Ladrão (Irwin Shaw). Este nome nunca mais me saiu da cabeça. Aquando da formação da banda, em 2012, foi um dos nomes que me lembrei e que, após um muito breve debate entre este e outros nomes, foi o que ficou. Identifica-se com a nossa simplicidade musical, com a nossa mensagem e sem querer com a realidade que parece perpetuar no nosso país.

Como se deu este salto de desconhecidos para conhecidos?

Consideramos que a nossa música tem capacidade para chegar a um vasto leque de pessoas, visto termos um repertório diversificado, que, por vezes, entra por outras áreas que não o puro Rock. A nossa parte instrumental e a parte lírica têm de ser um todo e creio que isto faz com que as pessoas sintam as nossas músicas da mesma maneira que nós as sentimos e consequentemente se identifiquem com elas.

Diz-se que vocês, com as vossas músicas originais, transmitem uma mensagem. Que mensagem é esta?

São várias mensagens. Falamos de tudo o que se passa à nossa volta, de utopia, de revolta, de liberdade, de rendição, de medos, etc.

Nos tempos que correm e na indústria musical, foi uma boa aposta cantarem em português? Fortalece a mensagem que querem passar, sobretudo às camadas mais jovens que vos ouvem?

Foi uma aposta natural, nunca foi colocada a hipótese de cantar noutra língua, porque, de facto, fortalece a mensagem que estamos a querer passar e torna-a genuína.

Como é que se agarrarão os fãs à vossa música?

Continuamos a criar e a ter sempre novas composições para introduzir no alinhamento dos concertos. Queremos também continuar a criar conteúdos online no nosso canal do Youtube e no Facebook de forma a estabelecer uma relação próxima e instantânea com cada pessoa que nos acompanha.

Como são as vossas actuações, sejam ou não de apresentação? Intimistas? Relacionam-se com o público?

Sim, umas vezes mais intimistas que outras, mas há sempre um natural relacionamento com o público.

Dado o sucesso que nomes como Rui Veloso e Xutos e Pontapés tiveram ao cantarem na sua língua materna, esperam que a vossa música alcance tal sucesso e que, além da mensagem transmitida, também se torne música intemporal?

Faz obviamente parte no nosso sonho alcançar um sucesso que faça chegar a nossa música a muitas pessoas e durante muitos anos. Não sei se se tornará música intemporal, mas, olhando para os últimos 30 anos da música portuguesa, faz todo o sentido dizer que sim.

A vossa mensagem de liberdade e utopia faz-nos regressar aos tempos do regime salazarista. Para vocês, o tempo voltou atrás e pretendem agora transmitir que é preciso liberdade dos tempos de crise que vivemos?

A nossa música é mais reivindicativa para com as próprias pessoas. Já se discute demasiado tudo o que está ligado à crise. Não sentimos que o tempo voltou atrás, mas que há ciclos e que, por vezes, estamos tão ocupados em fazer diagnósticos de tudo o que se passa à nossa volta e distraídos com a exponencial evolução tecnológica, que nos esquecemos desses ciclos e dos valores que são essenciais ao longo dos mesmos.

As vossas letras e músicas são fortes, como é a utopia que descrevem e pretendem que o ouvinte imagine?

É uma utopia que começa em cada um de nós, que acreditamos que comece no respeito que cada um tem pelo próximo. Quase um grito de revolta, ou por vezes de resignação.

Como foi participar na Festa do Avante, quando ganharam o concurso de Bandas Novos Valores?

Foi espetacular tocar para tantas pessoas e ser uma das 9 bandas de Portugal apuradas, depois de várias eliminatórias. Deu-nos ainda mais vontade de continuar a tocar.

Que planos e sonhos têm para o futuro?

Queremos que a nossa música chegue a um considerável número de pessoas, porque acreditamos que vão gostar e identificar-se com ela.

Caso surgisse a oportunidade de fazer uma tour fora de Portugal, levariam os vossos originais portugueses, ou comporiam novas letras em inglês?

Depende do contexto dessa tour, mas acho quem a haver essa oportunidade, seria pela música que tocamos agora em português.

Proximamente, quando e onde vos poderemos ouvir?

Vamos tocar no In Live Caffé, na Moita, com Inflama, no dia 4 de Outubro. Teremos também em breve o concerto de apresentação do nosso EP, que está previsto para o mês de Novembro, em Lisboa, em local ainda a anunciar

E quanto aos vossos EP já lançados, como podemos ouvi-los?

Podem adquiri-lo em diversas lojas online, nomeadamente no iTunes, Google play, Amazon, myJuke.com, entre outros. O Ep pode também ser ouvido no Spotify, no nosso canal do Youtube, ou mesmo através da nossa página do Facebook.

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