Tomar decisões é quase uma arte pois, como qualquer ofício, requer um misto de talento e prática. Quantas mais decisões tomamos mais nos tornamos mestres desta arte que, nem todos dominam ou querem dominar, pois, por vezes, é mais cómodo deixar a decisão na “mão de outro” (seja este outro um parceiro, amigo, familiar e/ou colega ou um qualquer sistema ou estrutura social).
Tomar decisões é, a meu ver, o maior poder que temos na nossa vida: o poder de decidirmos o nosso rumo. E a decisão leva-nos ao caminho das possibilidades, pois onde há decisões a tomar há certamente vários caminhos que podemos escolher trilhar, cabendo-nos decidir em qual deles andar.
Nem todos gozam deste “poder” portanto é quase um “dever cívico” usá-lo.
– Haverá decisões certas neste mar de possibilidades?
A decisão, seja qual for, é sempre certa, pois há que ser tomada, a questão, portanto, a prende-se mais com a opção tomada e a que caminho e/ou caminhos nos conduz.
Na minha visão só existem dois caminhos que nadam paralelos: o caminho do Amor e o caminho do Medo.
O caminho do “Amor” é aquele que está em harmonia com o que sou em toda a minha dimensão, é um caminho de expansão, que me expande, que abre outros caminhos em linha directa com esse “Eu sou”.
O caminho do Medo é um caminho que conduz a lugares já conhecidos, é um caminho que conduz a espaços convergentes, que restringe o meu campo de actuação e me tira do viver a expressão do meu Ser, fazendo-me viver mais na esfera do Ego.
Portanto, em momentos de decisão a escolha cai sobre um destes caminhos.
A questão que se segue é se:
– Quero viver em expansão?
Ou
– Quero viver em restrição (do que sou ou posso ser/manifestar/expressar)?
A decisão nem sempre é fácil e/ou óbvia pois ambos os caminhos são válidos e ambos trazem aprendizagens.
Visualizo a vida como uma linha, como uma linha de caminho de ferro, onde por vezes a minha linha de vida se cruza com a da linha férrea do Medo para sair ou entrar nela tendo em paralelo a linha férrea do Amor onde posso também entrar ou sair.
Os momentos de decisão são quase como uma bifurcação onde estes dois caminhos se cruzam na linha de vida individual e onde escolho, conscientemente ou não, em qual dos dois andar.
Com a prática, a consciência e o tempo também aprende-se a distinguir estes momentos de decisão bem como, a conhecer os meandros de cada um destes caminhos.
Por vezes decidimos percorrer o Medo disfarçado numa decisão de Amor mas dificilmente o contrário se verifica, pois no caminho do Amor não há ilusão, nem disfarces. Quando entramos no seu trilho claramente sentimos que o estamos a trilhar.
Esta época do Ano, em que se celebra o espírito da compaixão e do Amor pelo outro, é uma oportunidade única para entrar conscientemente no trilho do Amor, expandirmos o nosso Ser e abrir novos caminhos para mais um novo Ano que já se avista no horizonte.
Termino com uma interrogação para sentires e reflectires:
– Sabes em qual dos dois caminhos estás a andar?