Sim, sou aquela pessoa irritante que adora passear só por passear e observar tudo, incluindo tirar fotografias desse “tudo”. E não tenho vergonha em admitir!
Em tempos de teletrabalho, para mim já longínquos, acordava bem antes da minha hora de entrada para aproveitar e dar uma caminhada no silêncio da cidade ainda adormecida. É um ato de self-care que eu, realmente, gosto de priorizar.
Nas minhas caminhadas, faço questão de observar e de captar os mais pequenos dos momentos, a sua simplicidade e a essência do que já é habitual. O que vejo quando ando na rua? Para além das ruas sempre bonitas do centro histórico, que têm sempre um charme completamente diferente do resto da cidade, observo as pessoas a viverem as suas vidas. Tão simples quanto isso. E, depois, questiono-me acerca das suas vidas.
Observo uma pessoa a caminhar com um passo mais rápido. Para onde será que vai? Estará atrasada para o trabalho? Duas pessoas à conversa e a passear. O que será que as está a fazer sorrir? Um gato de rua a caminhar por cima do muro de uma casa. Será que tem dono? Será que o devia adotar?
Sempre que posso, capturo alguns destes momentos só mesmo para me relembrar a mim mesma de que, os instantes mais pequenos e silenciosos destas minhas caminhadas em manhãs sossegadas, são dos mais puros que tenho o prazer de experienciar.
Apesar de eu, e as restantes pessoas que vou observando, estarmos em movimento, para mim, o tempo abranda tanto que até parece que chega a parar, que, sem querer, caí num buraco e fui para outra realidade, uma realidade mais serena e repleta de efémeras preciosidades. As fotografias que vou tirando permitem-me regressar a esse “buraco” e devolver-me boas sensações.
Por favor, não pensem que eu sou uma psicopata à solta pelas ruas a olhar para as outras pessoas como se tivesse acabado de sair do manicómio. Simplesmente vou apanhando momentos, é-me algo natural e obriga-me a ver a vida para além de mim. Continuarei a fazê-lo e recomendo-vos que experimentem!
E vocês, o que veem quando andam na rua?