Air (2023)

A shoe is just a shoe until someone steps into it.

– Sonny

Neste filme, acompanhamos a história de Sonny Vaccaro (Matt Damon) e a forma como este liderou as negociações entre a empresa Nike e o atleta Michael Jordan num dos maiores acordos no mundo do desporto.

Um sólido e competente filme que cumpre exatamente aquilo a que se propôe desde o primeiro minuto.

O filme abre com um contexto interessante do ano de 1984, ao som de “Dire Straits” em que vemos algumas passagens reais de situações que estavam a marcar a atualidade. Para além de contextualizar temporalmente o que estamos prestes a ver também define o tom do filme que  será muito à volta de escolhas musicais que dos anos 80 e uma atmosfera de documentário que está sempre presente.

Matt Damon interpreta a personagem principal e faz um ótimo trabalho dramático pelo qual é poucas vezes reconhecido. Sonny é a pessoa sobre a qual o filme gira em torno e com isto vem uma das minhas partes favoritas do filme que vou revelar mais abaixo.

Para além de Matt, o elenco secundário é muito bom com especial realce para a sempre brilhante Viola Davis. Chris Tucker faz um mediano comeback.

O filme consegue criar momentos de tensão e de algum suspense mesmo para uma plateia que sabe exatamente como o filme vai acabar e isso também é de dar valor. É uma obra que percebe que independentemente do resultado final, o público gosta de perceber como a jornada foi feita.

 

Não é um filme extraordinário, de maneira alguma, a banda sonora é uma playlist reciclada de uma década (ainda assim, as escolhas são imaculadas), mas é competente e sabe o que quer ser.

* CUIDADO COM SPOILERS *

É difícil existir um spoiler sobre um filme que relata um acontecimento mundial de que grande parte da população tem conhecimento.

No entanto, como disse acima, existiu um detalhe que me conquistou: o filme é todo sobre Michael Jordan, mas em nenhum momento Michael Jordan é uma personagem.

Existe a escolha consciente de pegar em todas as personagens que na vida real foram secundárias e torná-las protagonistas, enquanto o grande protagonista da vida real acaba por não ser uma personagem sequer. Um detalhe que não é óbvio e que me apanhou de surpresa, com agrado.

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