Na magia dos dias ou na espuma efémera dos momentos bonitos da vida, esquecemos com facilidade o sofrimento que um dia tanto nos atormentou, mas do qual não importa lembrar e muito menos falar.
Lia algures que as pessoas só podem dar aquilo que têm. E consequentemente não podemos esperar obter de alguém algo que essa pessoa não tem para nos dar, e a culpa não é sua, nem importa apurar falhas nestas circunstâncias, o que é mesmo importante é perceber que temos de aprender a gerir expetativas e sobretudo as nossas emoções.
Temos de ser nós a fazer essa gestão de emoções, não permitindo que sejam estas a orientar a nossa vida.
Tão fácil é falar, neste caso escrever bonito, e dizer algo que todos sabemos que é certo e que deve ser feito e então implementar isso no nosso dia a dia?
Essa parte é sempre a mais difícil de realizar. Viver sem expetativas nos outros. É assim que deveria ser, e não teríamos desilusões ou sofrimento causado por pessoas que em dada altura considerámos ser impossível vir-nos a falhar alguma vez na vida, e pior do que isso, permitirmos que possibilitem a nossa desconstrução enquanto ser.
Há pessoas que têm em si a capacidade de nos edificar, de nos tornar pessoas melhores e mais dignas, mas também há as outras… aquelas que nos falham. Contudo, só falham porque as considerámos em dado momento de uma determinada maneira, errada, que apenas existia na nossa cabeça, e nós acreditámos, não na pessoa, mas na imagem que idealizámos dela.
Tudo fruto da nossa imaginação, temos, portanto, em nós todo o controlo, só temos de utilizar as emoções e os sentimentos certos, detemos, portanto, tudo do nosso lado e melhor ainda, a capacidade de melhor decidir.
E sabemos fazê-lo? Podemos até saber gerir as emoções e os sentimentos que nos toldam por vezes as opções, mas a questão é: em posse dessa capacidade, fazemos de facto as escolhas certas?
Na vida ou se ama ou se aprende, tenho amado muitas vezes, mas também tenho aprendido outras tantas, mais do que as que desejaria.
Casa vez mais tenho a noção de que as decisões que tomo hoje refletem quem fui e o que a vida me tem ensinado, mais assertiva e observadora.
As nossas opções, com erros e acertos fazem de nós a pessoa que hoje somos, e comigo também não é diferente, o somatório das opções e das aprendizagens do caminho fazem de mim hoje uma melhor pessoa, mas também mais atenta às minhas necessidades e à proteção das minhas emoções e sentimentos. Afinal, são eles que fazem de mim a pessoa que todos conhecem, mas que apenas alguns conseguem verdadeiramente entender.