I’ve had so many friends, but only one that mattered.
Glinda
Este filme traz a continuação da jornada de Elphaba (Cynthia Erivo), enquanto esta tenta desmascarar o feiticeiro. Glinda (Ariana Grande) lida com a pressão de ser a nova heroína de Oz. Fiyero (Johathan Bailey) é nomeado para liderar a captura de Elphaba.
Como compara com o primeiro filme?
Este segundo filme cumpre o que lhe é pedido e apresenta-se como uma obra muito competente, embora não esteja ao mesmo nível do primeiro.
Parte do encanto do “mundo de Oz”, o entrarmos nesta história e oconhecermos cada personagem já aconteceu no primeiro filme. Isto funciona como uma limitação para esta segunda parte.
Para além disto, o musical de que é inspirado já é amplamente alvo desta crítica. A primeira parte é mais forte (com músicas de maior qualidade, também) do que o segundo ato.
No musical, ao ser apenas uma obra podemos dizer que uma parte resulta melhor que a outra. No filme, ao existir esta divisão mais demarcada, ficaram mais “visíveis” as fragilidades da peça.
Ainda assim, existem aspetos para apreciar e é um filme que não deixo de recomendar, com muitos “twists” poderosos, dos quais vou falar mais abaixo.
Aspetos Positivos e Negativos
Aspetos Positivos
- Ariana Grande
Glinda tem mais protagonismo nesta segunda parte e arrisco-me a dizer que no conjunto dos dois filmes é mesmo Ariana Grande que parece ter mais tempo de antena.
Já disse que Ariana nasceu para este papel e aqui ainda tem mais margem para mostrar isso, num conjunto de conflitos internos entre lealdade/amizade/medo e força que tornou a sua atuação ainda mais conseguida que a primeira parte da obra.
Acredito que desta vez o Óscar já não escapa à cantora transformada em atriz que se transformou para viver um papel com o qual sempre sonhou
- Revelações – Ethan Slater/Marissa Bode
Quem já viu o musical sabe, Wicked é cheio de referências à obra original “O Feiticeiro de Oz”, e várias das suas personagens secundárias do primeiro filme vão acabar por se transformar em figuras já bastante conhecidas do filme de 1939.
As revelações são bem feitas e bem indiciadas desde o primeiro filme.

Ethan Slater e Marissa Bode são dois atores que vêm os seus papéis amplamente estendidos nesta parte e acabam por ser grandes aspetos positivos deste filme, principalmente no que toca a demonstrar emoções de raiva e revolta.
Aspetos Negativos
- Madame Morrible
Michelle Yeoh é uma ótima atriz, infelizmente isso não salvou aquilo que foi uma desastrosa aparição neste segundo filme.
A personagem contribuiu bastante na história do primeiro filme, mas aqui parece ser uma caricatura de si mesma, para não falar que o talento vocal é não existente e causa até alguma vergonha alheia.
É, de longe, o pior aspeto deste filme.
- Músicas
Voltamos a ter vários números musicais e até temos duas obras originais compostas especificamente para este filme – “No Place Like Home” e “The Girl In The Bubble”.
As músicas desta segunda parte não são fracas, sofrem apenas do síndrome de comparação, em que melodias como “As Long As You’re Mine” e “For Good” são baladas poderosas e muito bem interpretadas, mas que parecem não chegar aos calcanhares de várias músicas da primeira parte.
Ainda assim, o vocal de Ariana e Cynthia estão imaculadas, como sempre e Jonathan Bailey brilha no único número que tem.
Conclusões Finais
Wicked: For Good, repete as mesmas “falhas” da segunda parte do musical. Com uma fadiga de twists concentrada e uma qualidade musical inferior à que nos apresentou no segundo filme. Ainda assim, entrega nas atuações do elenco principal, nas principais revelações e acima de tudo mantém a qualidade sonora e visual do primeiro filme. Isto é o esperado, visto que os dois filmes foram filmados de forma contínua pela mesma equipa.
*Cuidado com os Spoilers*
Para concluir vamos falar das 3 grandes revelações que foram bastante indiciadas no primeiro filme:
- Boq transforma-se no Homem da Lata – Uma das principais personagens do filme original de 1939 é o Homem de Lata, cujo maior desejo é ter um coração. Nesta versão da história, é Boq, o amado de Nessa que é por sua vez apaixonado por Glinda que acaba por ficar sem coração com um feitiço acidental de Nessa.
- Fiyero transforma-se no Espantalho – Outra grande revelação é que o adorado Espantalho que não tem “cérebro” no filme de 1939 é Fiyero. Existem várias letras de músicas cantadas pela personagem que indiciam esta ausência de cérebro e como Fiyero “não pensa”.
- O Feiticeiro de Oz é o pai de Elphaba – A revelação mais surpreendente acaba por ser que o feiticeiro de Oz é o pai da Bruxa Má do Oeste. Na verdade até já o tínhamos “visto” no primeiro filme.
Todas estas revelações tornaram o filme mais poderoso e impactante, ainda que com todas as falhas já discutidas.