Este foi sem dúvida um dos filmes mais intensos e comoventes a que já assisti. Recomendado para quem deseja viver emoções no grande ecrã, libertar energia e chorar algumas (muitas) lágrimas. Por vezes corre o risco de se tornar demasiado sentimental.
Foi escrito e realizado pelo também comediante Zack Braff, que tem vindo a demarcar-se nas comédias dramáticas. Iniciou a sua carreira em 2004, com o filme “Garden State”.
Florence Pugh (Allison) e Morgan Freeman (Daniel) são os protagonistas de “Uma boa pessoa”, e formam uma dupla excelente, há muita química entre ambos. O elenco é mesmo o ponto forte deste filme.
Ela é uma mulher de 25 anos, divertida e inspiradora, que tem uma vida aparentemente perfeita. Está prestes a casar-se com o homem dos seus sonhos, Nathan (Chinaza Uche).
Ele é o seu futuro (ex) sogro, e tem aqui talvez a sua melhor actuação desde “Invictus”. Continua com um imenso vigor aos 86 anos, e recorda-nos as suas competências para o género dramático. Sabe como ser terno numa cena ou rigoroso e violento noutra.
O princípio do filme é marcado pela alegria e boa disposição, que reina na festa de noivado de Allison e Nathan. A noiva-nos mostra os seus talentos musicais, e encanta-nos quando compõe ao piano ou canta uma canção
Tudo muda quando Allison se envolve num acidente fatal, no qual morrem os outros dois passageiros (nomeadamente a irmã do seu noivo, Molly).
Um ano depois, Allison está ainda a recuperar deste incidente devastador. As dores tornaram-na dependente de narcóticos, mais particularmente Oxicodona, um opioide altamente viciante. Sem emprego e já sem noivo, ela arrasta-se pela casa da sua mãe sem rumo ou vontade de viver.
Daniel e Allison reencontram-se numa reunião de alcoólicos/narcóticos anónimos, e em conjunto procuram renascer, recuperando o gosto pela vida.
Explora um tema complexo como a saúde mental, de um modo perspicaz. Fala-nos de vício, culpa, perdão e da importância da auto-responsabilidade. Analisa também os diferentes processos do luto. Acreditamos em Allison, sofremos por ela e com ela. Convence-nos pela forma incrível como se entrega à personagem.
Se desejam saber mais, ou o final sugiro uma ida ao cinema.
A banda sonora inclui temas como: