Enquanto o mundo parece estar a entrar numa era da desextinção, ressuscitando animais desaparecidos há milhares de anos como é o caso do lobo-terrível, o número de espécies ameaçadas não para de acelerar.
O sapo-dourado, por exemplo, era um pequeno anfíbio com cerca de cinco centímetros, que habitava numa floresta, conhecida pelo seu nevoeiro recorrente, na Costa Rica. Apesar de estar numa reserva biológica protegida, esta espécie extinguiu-se num curto espaço de tempo e os biólogos nada conseguiram fazer para evitá-lo.
Investigadores que estudaram o caso colocaram várias hipóteses em cima da mesa para a causa deste desaparecimento: as alterações climáticas, responsáveis por deixar a floresta mais seca, as tempestades mais fortes do que o habitual ou até uma doença causada por fungos. Qualquer que tenha sido a causa, a verdade é que, no espaço de três anos, os sapos-dourados viram a sua população reduzida a apenas um macho e, a partir desse ano, nunca mais foram observados na natureza.
Infelizmente, está longe de ser caso único de extinção animal recente. O desaparecimento do tigre-da-tasmânia é um exemplo gritante da ação humana como principal causa da extinção animal. O tigre-da-tasmânia era um predador de topo, um dos maiores marsupiais carnívoros que já existiu. Aquando do estabelecimento dos europeus na ilha da Tasmânia, a caça a estes animais aumentou exponencialmente. Incentivada monetariamente pelo governo que culpava o tigre-da-tasmânia pela maioria dos ataques a ovelhas e aves, a caça foi de tal forma acentuada que levou à extinção da espécie.
Outros fatores podem ter contribuído para a extinção, tais como a erosão do habitat, a introdução de animais concorrentes e doenças, no entanto, a colonização humana foi a maior responsável por esta extinção. Através da manipulação genética, cientistas encontram-se agora a tentar reverter o erro para trazer de volta a espécie extinta.
No entanto, a utilização da manipulação genética para reintroduzir, nos ecossistemas, animais que se encontravam extintos, levanta grandes questões éticas e ambientais. Por um lado, a edição genética não é igual ao processo de clonagem, isto é, os animais não teriam uma cópia exata do ADN do animal extinto. Por outro lado, os ecossistemas foram sofrendo alterações naturais ao longo dos anos. Estes factos não permitem compreender totalmente os novos riscos ou as possíveis consequências da reintrodução destas espécies.
Estas e outras questões serão, inevitavelmente, respondidas com os desenvolvimentos das próximas décadas. Estará o ser humano a divinizar-se, manipulando a criação? Será que já devíamos ter retirado alguma lição do filme Parque Jurássico? Seria melhor direcionar o investimento de milhões na investigação da desextinção para prevenir outras extinções de efetivamente acontecerem?
Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
Charles Darwin
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico.