Músicas como “I Can Be Free”, “Love Me Until the End of Time” e “Beautiful Wild Rose” já não serão decerto estranhas para vocês leitores. Preparados para mais notícias dos Secret Lie? Trago-vos novidades, que o seu mentor, Pedro Teixeira Silva, me deu numa entrevista. Já vos tinha falado deles numa crítica bastante positiva a um concerto deles e o que é facto é que eles estão cada vez melhores. Ao ganharem recentemente o prémio de Melhor Banda Punk/Rock dos Prémios Fox Music, nos EUA, revela-se o sucesso a aumentar a cada dia. Ouvi-los é sinónimo de ouvir música de qualidade, é estar perante um grupo português muito promissor e que irá elevar sempre a nossa bandeira a todos os cantos do mundo. Adoram o que fazem e prometem fazer ainda mais, a cada ano que passa.
Pedro, esclarece-me: Porquê Secret Lie como nome da banda?
Todos temos os nossos segredos, as nossas mentiras íntimas, que não divulgamos nem às paredes. A nível político internacional e nacional existem também muitas mentiras secretas, que não chegam ao nosso conhecimento. No fundo, é um nome bastante abrangente, se pensarmos bem em vários factores.
Sei que alguns de vocês não tocam só com os Secret Lie, como é que se juntaram?
Quase todos os membros têm outros projectos alternativos a SL. Tudo partiu de um desejo meu em formar uma banda com músicos consistentes e experientes e que se adequassem ao estilo musical que pretendia para a banda, para além da inequívoca qualidade técnica de cada um deles. Tive que ter em conta, também, o factor humano, pois é super importante haver harmonia não só em termos musicais, como de companheirismo. Tendo estes critérios em conta, iniciei os convites a cada um deles, exceptuando à Sara, que encontrei através de um casting que efectuei no TNSC [Teatro Nacional de São Carlos].
O grupo tem todo experiência musical e de estrada, como é que a Sara encaixou tão bem aqui?
A Sara é sem dúvida uma revelação e uma aposta bem-sucedida do grupo. Tem todo o apoio da banda a nível de experiência, quer de estrada, quer musical. Trabalhamos todos imenso para a evolução dela em conjunto com o resto da banda. Qualquer dúvida, conselhos, etc., somos sempre os primeiros a ajudar, ou a “criticar”.
Sendo tu o mentor do grupo, como é que te surgiu esta ideia de juntar metal/rock, às cordas?
As cordas são a minha raiz e onde sei nadar com naturalidade, sendo um dos fundadores de bandas como os Corvos e membro dos Primeiros Violinos da OSP [Orquestra Sinfónica Portuguesa]. Toda esta ideia surgiu de uma tour realizada pelos Corvos à Sérvia, onde tivemos a participação de uma cantora convidada, adorei a ligação que a voz teve com as cordas. Quando cheguei a Portugal, iniciei uma pesquisa mental do que poderia fazer musicalmente, que não estivesse sonoramente ligado a Corvos, e algo que tivesse um espaço ainda por preencher no nosso país. Depois de compor os temas, fui, então, buscar os músicos que achei ideais para me ajudarem a materializar a ideia.
Como foi a experiência de tocar em infantários? E a de ter um coro de Santo Amaro de Oeiras a trabalhar convosco?
Simplesmente espectacular. É do tipo de público que ou gosta, ou não gosta e, quando aderem, deixam-nos com um sorriso na face. São duas experiências que quero repetir sem a mínima dúvida.
Vocês têm um Público-Alvo, ou tocam para qualquer um que vos convide?
Ora essa pergunta é um pau de dois bicos. Quando nos convidam, temos que tocar para o público que está presente, quer sejam já nossos fãs, ou não. Se não forem, pois temos que ser ainda mais cativantes para os tornar membros da familia SL. Quanto a termos um público-alvo, não pensamos nisso, quando fazemos música, fazemos o que fazemos por gosto e todos os que apreciam o nosso som são o nosso público.
Ouvi dizer que vem aí o segundo álbum de originais. Para quando será?
O processo para este segundo álbum está a ser feito de modo completamente diferente do primeiro. No primeiro, fiz os temas e convidei os músicos para, basicamente, interpretarem os mesmos, com liberdade criativa própria, mas foi um álbum criado em estúdio sem ensaios em conjunto. Para este segundo, estamos a trabalhar desde Outubro, estão mais de 20 temas feitos e estamos a gravar demos de todos eles. Depois de todos gravados na totalidade, vamos passar a um processo da selecção de quais irão entrar no disco. Feito isso passamos à sala de ensaios para trabalhar essas escolhas “live”, para ganharem consistência e sonoridade de banda. Iremos também, durante esse período, gravar todos os ensaios conjuntamente com o produtor, a fim de refinar os temas e moldar a estrutura dos mesmos. Só ao fim de todos estes passos iremos finalmente para estúdio, já com as ideias bem firmes.
Tendo em conta que somos 7 e de regiões diferentes do país, é impossível dizer-te uma data de quando o álbum estará disponível a todos, mas, sem dúvida, que gostaríamos que ainda acontecesse este ano.
Como correu a tour pelo Reino Unido?
A tour UK foi, sem dúvida, uma prova de fogo em todos os aspectos. A banda, eu próprio com todos estes anos no meio musical, nunca tinha feito uma tour tão longa e a tocar consecutivamente todos os dias. A parte que mais me preocupava era a parte humana, com muitos dias juntos, muitos quilómetros percorridos, muito cansaço acumulado e poucas horas de sono. Poderia ter sido uma situação caótica, que felizmente ultrapassámos em conjunto. Nota máxima! Foi algo que me deixa extremamente satisfeito pela forma profissional e amiga que cada um de nós teve. A parte musical era a que menos me preocupava, pois estávamos preparados, depois de uma tour de bastantes concertos que fizemos pelo nosso país. A reacção por parte do público excedeu as nossas expectativas, comentários muito positivos e calorosos, que nos incentivaram a voltar e a fazer cada vez melhor. Venha a próxima tour. E ainda mais longa.
Que planos há para o ainda grande 2014 e quem sabe 2015?
Sem dúvida que o nosso maior plano é realizar o segundo álbum e a sua divulgação. Estamos desejosos de mostrar o que temos feito, ao longo destes meses de trabalho. Fazer pelo menos um videoclip novo, para o qual já temos o Rui Porto Nunes confirmado como realizador, e a nível de filmagens estamos também a idealizar uma novidade, que já gostaria de ter feito no primeiro disco, mas não tive meios disponíveis para isso. Espero agora tê-los, pois é uma ideia nova sem dúvida, mas difícil de concretizar.
Farão mais tours internacionais?
Da tour UK saíram algumas propostas futuras. Vamos aguardar. Entretanto, temos também ainda muito Portugal para percorrer.
Como tem sido para ti esta nova experiência, tão diferente dos Corvos?
Completamente diferente em todos os aspectos. Músicos diferentes, sonoridades diferentes e até instrumentos diferentes. Por vezes, questiono-me em qual delas há mais responsabilidades da minha parte. Nos SL, somos 7, como tal mais repartida as partes musicais, se bem que tecnicamente bem mais complexo, com temas como “Vivaldi” e a própria abertura do concerto, são temas super exigentes a nível violinístico e não me permitem vacilar. A nível de afinação e de carga sonora, também é mais exigente, pois entre as cordas a afinação combina, dado que são da mesma família, e em SL é um violino na “luta” para manter a afinação com duas guitarras, dois teclados, duas vozes, bateria e baixo.
Quanto aos Corvos, é como se fosse o vocalista da banda. Se falho uma melodia, todos se dão conta, a exposição é muito maior.
São dois percursos opostos, dos quais me orgulho muito. Como compositor maioritário em ambos os projectos, é também um desafio tornar ambos musicalmente diferentes.
De futuro, vão continuar a apostar na promoção e divulgação pelas televisões e pelas redes sociais, como o Youtube, ou o Facebook? Farão mais algum videoclip, aproveitando o novo álbum?
Claro que sim, aproveitar os veículos de promoção possíveis para divulgação, porque ainda somos uma banda muito recente.
Pedro muito obrigada por esta entrevista, foi esclarecedora a todos os níveis. Eu e todos os vossos fãs iremos esperar ansiosamente pelo vosso novo trabalho e mais novidades vossas. Até lá, continuaremos a decorar as letras do primeiro álbum.