Ou seja, a Europa tem sobre a mesa a possibilidade de levar a cabo uma intervenção armada na costa norte Africana para resolver o problema dos emigrantes clandestinos que tem sido notícia pelas piores notícias nos últimos tempos. Não será asneira nenhuma da minha parte retirar esta ilação destas declarações do Secretário-geral das Nações Unidas.
Assim como acho que não será asneira alguma da minha parte aqui afirmar que é nestas coisas que vemos o quão fraca e hipócrita a actual Europa consegue ser.
Se havia dúvidas de que a União Europeia é um “Gigante de Papelão” no que à Política Internacional diz respeito, eis mais uma prova dos 9 daquilo que venho dizendo desde que rebentou a crise ucraniana. A UE não tem expressão internacional e, quando tem algo que se assemelhe com tal, é para seguir uma versão conivente com as posições Internacionais dos Estados Unidos da América.
A Europa tinha nesta crise dos refugiados que cruzam o Mediterrâneo uma oportunidade de ouro de mostrar que é um Estado no verdadeiro sentido do termo.
Tenhamos em linha de conta que estes Refugiados arriscam tudo o que têm e não têm junto dos Traficantes de Promessa para fugir da guerra, fome e miséria que se instalou na Síria, Líbia, Somália, etc. Situações que favorecem em muito a indústria de guerra norte-americana, para não dizer aqui que a instabilidade que se vive na Líbia e Síria foram patrocinadas pelos interesses dos states, pois, desta forma, conseguiram “agarrar” uns quantos poços de petróleo sob a cortina de uma tal de “Primavera Árabe”. Fora o que vai sucedendo nos Países Africanos, onde a miséria reina, porque os mais ricos do norte assim o desejam. Assim, a matéria-prima fica muito mais barata e o mercado competitivo.
Para além de tudo o que já aqui disse, teria uma certa graça ver a reacção do povo líbio à presença de tropas italianas no seu País… O mesmo tipo de lógica aplico às tropas francesas na Argélia e restante Norte de África, que os franceses ocuparam e só desocuparam, após um tremendo massacre dos africanos.
Se a União Europeia tivesse uma real e verdadeira amplitude internacional, o que esta teria proposto para a resolução do problema do mediterrâneo não seria nunca uma suposta intervenção armada e muito teria colocado em cima da mesma o plano “Mare Nostrum”. Teria antes retirado todo e qualquer apoio aos rebeldes da Síria, não teria alinhado nos ataques aéreos criminosos na Líbia, não teria patrocinado a Primavera Árabe e, por último, fazia o possível e o impossível para ajudar as suas antigas colónias africanas no desenvolvimento infra-estrutural que estes tanto necessitam. Porém, isto é muita areia para as camionetas Europeias…