E agora?

Vivemos permanentemente na dúvida, do que nos acontece, mas, principalmente, do que nos poderá vir a acontecer no futuro. Futuro, uma palavra curta, mas com tanto impacto e tão cheia dos mais diversos significados que cada um de nós lhe vai dando, ao longo do caminho, que diariamente percorremos.

Vivemos envoltos em vírgulas enquanto deambulamos em torno das curvas dos permanentes e, por vezes assombrosos, pontos de interrogação. Temos medo do desconhecido. Fugimos a sete pés do incerto e deixamo-nos amedrontar pela mudança, mesmo que saibamos que é dela que precisamos naquele momento.

Por outro lado, fascina-nos a ideia de fazer planos, de partir em busca das certezas do que para nós a vida reserva. Gostamos, ou pelo menos assim a sociedade o impõe, de definir tarefas e prazos para as cumprir. Porquê? Porque faz parte da natureza humana. A necessidade de arranjar resposta para tudo. O medo do imprevisto que tantas vezes nos impede de olhar para o que nos rodeia de outra forma.

Ora, o futuro é precisamente isso: o imprevisto, o desconhecido, o incerto. Não existe uma fórmula exacta de o prevermos e, talvez por isso, nos assuste tanto. É esse o sentimento que temos de combater.

É a nossa mente quem cria a maior parte dos medos que nos impedem de avançar na direcção que, mais tarde, se revela ser a mais correcta. Num mundo que sabemos ser complexo e dicotómico, tem que prevalecer a vontade de o explorar e de o esmiuçar, em nós, seres com curiosidade suficiente para o fazer.

Afinal de contas, é certo e sabido que aquilo que não controlamos, o que foge totalmente ao nosso alcance é o que verdadeiramente nos deixa imóveis. Contudo, é também o que se torna mais aliciante, o que traz mais adrenalina e o que desperta mais o nosso interesse e vontade de saber o que nos espera… o que virá a seguir? Bom ou mau vai, com certeza, surpreender-nos! Por isso, deixemo-nos levar neste paradigma entre o certo e o incerto, a dúvida e a certeza.

Deixemo-nos levar numa montanha russa sem fim que nos irá revelar bem mais sobre nós próprios ao longo do caminho do aconteceria se nos mantivéssemos sempre na mesma direcção, em linha recta.

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