Desde o início do ano foram assassinados vários ativistas sírios no sul da Turquia, mas ninguém reivindicou a autoria das mortes.
Em dois anos já morreram 260 pessoas na Turquia. O país tem estado em permanente sobressalto nos últimos anos. O conflito que mantém com os separatistas curdos (TAK), a proximidade da guerra da Síria e o autoproclamado Estado Islâmico fazem a triangulação dos atentados terroristas que cada vez mais têm estado a desestabilizar a nação liderada por Erdogran.
Depois dos ataques, o presidente turco já se mostrou disposto a juntar-se à Rússia de Vladimir Putin na luta contra o Estado Islâmico. A base aérea de Incrilik é atualmente usada por militares da coligação liderada pelos Estado Unidos da América (que inclui a Alemanha, o Qatar, a Arábia Saudita e a Inglaterra) na luta contra os radicais islâmicos na Síria. Desde novembro que a Turquia não participa na ofensiva aérea.
O último atentado na Turquia aconteceu no aeroporto de Istambul e provocou pelo menos 41 mortos e 239 feridos.
Os jornais turcos e as redes sociais revelam um sentimento de revolta: a comunidade internacional é acusada de não dar aos atentados na Turquia a mesma importância que atribui às ações que visaram outros atentados, como na Bélgica e a França.
O aeroporto Ataturk, em Istambul, foi o último de uma série de nove atentados perpetrados em dois anos na Turquia. O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou aos jornalistas que os primeiros indícios apontam para que a autoria do atentado da última noite seja do autoproclamado Estado Islâmico.
A Rússia reatou as relações turísticas e comerciais com a Turquia no final do mês de junho, após uma conversa telefónica entre os presidentes, Putin e Erdogan. O ataque turco ao bombardeiro russo que sobrevoava a fronteira da Síria, em novembro de 2015, tinha desfeito os laços diplomáticos entre os dois países.
Uma das vítimas do atentado no aeroporto foi um Coronel do exército tunisino que tinha chegado ao país para resgatar o filho que se tinha arrependido de ter ingressado nas fileiras do EI.
O coronel Bayoudh, de 58 anos, é uma das 40 vítimas do triplo atentado no aeroporto e Istambul. O filho, que queria reencontrar, está agora à guarda das autoridades turcas, a aguardar extradição para Tunes.
Nos meios de comunicação social é dada sempre mais importância aos países europeus ou do norte do globo do que aos acontecimentos que acontecem nos países árabes ou africanos.
Os outros atentados aconteceram a: 7 de Junho, Istambul: atentado com carro-bomba, sete polícias e quatro civis mortos, reivindicado pelo TAK que é um grupo radical ligado ao PKK; 19 de Março, Istambul: bombista suicida ataca em rua de comércio, quatro mortos, autoria atribuída ao Daesh; 13 de Março, Ancara: um atentado com um carro armadilhado faz 24 mortos e é reivindicado pelo TAK; 17 de Fevereiro, Ancara: ataque a autocarros militares, vinte e nove mortos, reivindicado pelo TAK, e a 12 de Janeiro, Istambul: bombista sírio ataca zona turística e mata 11 cidadãos alemães. Estes foram os ataques que, até ao momento, aconteceram no ano de 2016.
Já em 2015 os ataques aconteceram a 23 de Dezembro, Istambul: bomba no aeroporto de Sabiha Gokcen fez um morto e o atentado foi reivindicado pelo TAK; 10 de Outubro, Ancara: atentado numa estação de comboios com mais de 100 mortos e doi reivindicado pelo Daesh e a 20 de Julho, Suruc: bomba explode na cidade curda de Suruc, na fronteira com a Síria onde morreram 34 mortos e foi um ataque atribuído ao Daesh.
Estes são alguns dos atentados realizados nos anos de 2015 e 2016 em território turco.