O tempo pede mudança. As economias nacionais estão fortemente abaladas, as temperaturas globais não se cansam de subir e o vão de escada está cada vez mais íngreme para todos nós que temos subido os degraus lentamente. A capacidade do planeta nos sustentar depende, em larga escala, dos esforços que envidamos para as metas sociais e económicas. Os apoios financeiros têm de chegar mais longe e as acções têm de ser mais coordenadas. No relatório de 2012 do Painel de Alto Nível do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Sustentabilidade Global, o grupo de trabalho garante que a necessidade se prende com uma nova visão, recriada para potenciar o crescimento sustentável, permitindo “melhorar o bem-estar humano, aumentar a justiça global, fortalecer a igualdade de género e preservar os sistemas de apoio à vida na terra para gerações futuras.”
Já há algum tempo que o Relatório Brundtland nasceu para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade. O desafio foi lançado há 25 anos e, daí em diante, a consciência tem ganho outros contornos. Num processo conjunto de adaptação, mais do que cumprimento de uma mera meta, Tarja Halonen, Presidente da Finlândia e co-Presidente do Painel, e outros membros de governos, – estão solidários e sensibilizados com o tema. Garantem que promover a educação para o desenvolvimento sustentável, capacitar os consumidores de escolhas sustentáveis e potenciar a cor verde do nosso século são os mecanismos de acção que vão transformar a economia global. A solução está em cada um de nós agir, mas agir sempre na direcção certa, no sentido do desenvolvimento sustentável e no respeito dos compromissos planetários. “Um futuro digno de escolha”, sumarizado por este relatório e, sobretudo, pensado em alturas de transição (ano) civil, alerta a necessidade de se repensar a forma como, até agora, se tem contribuído para um planeta melhor e as boas-vindas que vão ser dadas às gerações que aí vêm. Como “grão a grão enche a galinha o papo”, também pedra a pedra, trilhar-se-á um caminho mais sustentável e digno de bem-estar.
A consciencialização de uma realidade de cumprimento de objectivos planetários é um dos maiores desafios do século XXI e urge uma visão cada vez mais global. Às portas de um novo ano e à soma dos tradicionais pedidos junta-se a firmeza com que Durão Barroso, a propósito do programa de Trabalho da Comissão Europeia para 2013, se dirigiu ao ano que se avizinha. O ano “2013 será um ano crucial para mostrar aos nossos cidadãos que a UE aponta o caminho a seguir, adoptando as medidas credíveis e concretas necessárias para sair da crise e para lançar bases sólidas para um futuro crescimento sustentável.”
No ano que se aproxima, – e que se pretende mais poupado e prudente um pouco por toda a Europa e Mundo -, o pensamento na direcção certa permitirá apostar, na mouche, em realidades mais sustentáveis, cumprindo os mecanismos a que todos se devem propor. A premência é evitar que, como agora, tenhamos o melhor e o pior num só plano. A prosperidade julga ser invencível na dualidade entre ricos e pobres e o planeta continua a enfrentar sérias pressões. A justiça e sustentabilidade devem garantir o melhor pelo melhor e isso só depende de todos nós, para que o ano 2013 signifique um passo para a mudança.