Muitos já ouviram a famosa frase proferida por Hamlet: “to be or not to be, that is the question”. Esta dualidade que tanto descreve o nosso Ser nos dias de hoje e que tantas interrogações nos faz levantar, ganha cada vez mais importância nas nossas vidas. Porém,o que significa esta citação hoje, aqui e agora?
Vivemos tempos difíceis e, diariamente, assistimos a notícias que reforçam o estado depressivo. Muitos sentem-se perdidos, sem objectivos, entrando assim num modo zombie. Outros alimentam sentimentos de raiva e ódio, esperando conseguir algo de melhor, mas o resultado obtido é, por vezes, desastroso. Então, o que fazer? Como sair do túnel, do buraco, do covil, da tempestade de sentimentos que nos assolam?
Ser ou não ser, eis a questão! Aqui entra a história das duas hipóteses, a questão do livre arbítrio, do poder da escolha, ou seja, o assumir da responsabilidade perante a nossa vida.
Uma forma é baixar os braços, ceder à resignação, esconder as mãos e esperar por dias melhores. Entrar em modo de hibernação, desejando que outros decidam por mim. Andar por aí a vaguear, com mil pensamentos massacrantes e sentimentos de tristeza extrema. Há um isolamento num mundo imaginário, onde acabamos por desistir de nós próprios e de tudo à nossa volta. Escolhemos, assim, o “não ser” acabando por sermos carrascos de nós mesmos.
A outra hipótese é o “Ser”, ou seja, o arregaçar as mangas, o ir à luta, transformar a adversidade em oportunidade. Para isso, deve-se começar por aceitar o que se sente, sem formular juízo de valor. Depois podemos pedir ajuda àquelas pessoas que estão sempre ao nosso lado e que são capazes de dizer a verdade por mais dura que ela seja, dando aquele abraço e colo que tanto necessitamos para a limpeza das lágrimas. Assim, consegue-se a força necessária para sair do tal buraco, agarrar a corda que é lançada e levantar voo tal como uma águia. Lá do alto, é possível observar e sentir, para finalmente definir o caminho desejado. Desta forma, o nosso foco incidirá na solução, na oportunidade que temos de evoluir, na gratidão por tudo o que recebemos.
Ao “Ser”, permitimos que o nosso propósito de vida se manifeste, levando-nos por caminhos, por vezes, diferentes. As dúvidas, os medos, os desgostos podem travar-nos, mas jamais impedir-nos de avançar. Pelo percurso, aprendemos que a nossa força não provem da nossa capacidade física, mas sim da nossa vontade indomável, que cresce à medida que ultrapassamos barreiras. Quando acreditamos em nós e permitimos ouvir a nossa intuição, somos, então, capazes de definir o que queremos… Somos imparáveis! Desta forma, a possibilidade de se ter uma vida plena de felicidade e amor aumentará substancialmente.
Ao « Ser », aprendemos a largar as armaduras que carregamos, os pensamentos tristes que ocupavam a nossa mente 24h/24h. Aprendemos a valorizar cada etapa da nossa viagem diária, com base na receptividade e na transformação da adversidade para chegar ao nosso destino.
Todos nós temos o direito de ser uma espécie de Calimero, mas temos o dever de “Ser”, de nos transformarmos, cada um ao seu ritmo e no seu tempo, numa Fénix.
O artigo veio mesmo a prepósito. Gostei mesmo muito