O filme “Barbie” – uma sátira quase perfeita

“Já pensaram na morte?”

É a questão que desencadeia toda a jornada da Barbie em busca de repostas no Mundo Real, nesta comédia dirigida por Greta Gerwig, a qual conta com a inigualável atriz Margot Robbie no papel principal de Barbie.

Na “Barbielândia”, o mundo da Barbie é perfeito. Apenas existem Barbies, Ken’s e o Alan. As Barbies comandam o Mundo, ocupando todos os cargos importantes e os Ken’s apenas existem e passam os dias na praia.

Convencida de que as barbies tornaram a vida das mulheres do mundo real perfeita, a Barbie passa os seus dias alegre e em festa.

Até ao dia em que questiona “Já pensaram na morte?”.

No dia seguinte, os pés da Barbie estereotipada ficam planos e nas suas coxas de plástico surge a tão indesejada celulite.

Confusa com toda a situação, a Barbie estereotipada descobre que abriu um portal entre o Mundo Real e a “Barbielândia”.

Acompanhada pelo Ken, parte para uma aventura no Mundo Real, onde procurará respostas para reverter a situação e voltar à (sua) normalidade.

Com desilusão, descobre que as barbies não tiveram grande influência na emancipação das mulheres no Mundo Real, apesar de todas as bonecas até então produzidas que enalteceram as mulheres e que este, afinal, ainda é, na sua maioria, comandado por homens.

Por sua vez, deslumbrado com a posição ocupada pelos homens no Mundo Real, onde finalmente conseguiu ser respeitado, o Ken resolve tomar as rédeas da “Barbielândia” e tornar todas as barbies em empregadas domésticas e serventes dos Ken’s.

O que obrigará a Barbie, com ajuda de duas humanas “imperfeitas”, a reivindicar de volta a “Barbielândia”.

No meio de toda a azáfama, a Barbie, boneca de plástico perfeita, começa a desenvolver sentimentos negativos e a, simplesmente, sentir.

Resumida a narrativa (sem mais pormenores para quem ainda não viu o filme e o pretende fazer), esta sátira da vida real, aborda vários problemas socias e individuais, como a busca constante pela perfeição, os estereótipos, a (des)igualdade de género, a individualidade, a aceitação, e ainda, a humanidade.

No entanto, poderá despertar sentimentos contraditório e confusos, talvez pela forma como os temas foram abordados.

Contudo e acima de tudo, fiquei com a sensação de que se pretendeu com este filme despertar para a humanidade. O simples facto de sermos humanos, no sentido de as pessoas se desprenderem de todos aqueles problemas e simplesmente sentirem, viverem, envelhecerem. Enfim, serem normais…

Daí a questão: “Já pensaram na morte?”

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