Aproximando-nos das chamadas «férias grandes», para a maioria das pessoas – ou já estando nelas –, deixo aqui algumas recomendações literárias para esta época, sempre considerada muito propícia para mais e renovadas leituras, com mais tempo, descanso e prazer pelas mesmas. E estas sugestões não se tratam apenas de novidades editoriais, mas de livros intemporais, que valem a pena ser lidos e relidos…
Nesta sexta crónica literária, revisitamos alguns títulos da PORTO EDITORA e da EDITORIAL BIZÂNCIO.
A Arte da Sabedoria do Mundo, de Baltasar Gracián

Esta obra reúne 300 máximas para alcançar o sucesso na vida e é uma joia literária deste filósofo, escrita em 1647. A propósito deste clássico, a escritora Gail Godwin escreveu: “brilha com saber comparável ao de Maquiavel, só que com escrúpulos (…) O leitor de hoje que seguir fielmente os seus princípios nunca fará má figura e pode tornar-se valioso e sábio”. Eis algumas dessas máximas, essenciais para se prosperar diariamente: “quem promete tudo não promete nada; a promessa é uma armadilha para tolos”, “aquele que nada deixou para o dia seguinte alcançou muitas coisas”, “a perfeição não consiste na quantidade, mas na qualidade”. Um livro da Ideias de Ler, com 150 pp.
Lei da Gravidade, de Gabriela Ruivo

“Será a vida que imita a literatura, ou o contrário?”. Neste romance são o abandono, o desejo de liberdade e o medo da solidão que nos prende num ciclo de violência. Escreve a autora que esta obra “nasceu de uma brincadeira com o conceito de tempo, e também com as máscaras – as ficções – que criamos de nós mesmos. (…) A ideia partiu também de um jogo de espelhos – espelhos onde nos podemos, ou não, reconhecer, distorcendo os dias: o passado, o presente, o futuro, até estes não mais se distinguirem”. Um livro da Porto Editora, com 262 pp.
O Sentido na Vida, de Susan Wolf

Além da descoberta deste sentido, percebe-se igualmente por que razão o mesmo é importante. Numa primeira parte, a autora aborda precisamente esta temática do título e do subtítulo. Depois, numa segunda parte, apresenta comentários e respostas de John Koethe, Robert M. Adams, Nomy Arpaly, Jonathan Haidt e da própria autora. Nesta questão do sentido, Wolf questiona também a componente inerente do sucesso, da realização e do valor objetivo: quão importantes realmente são? Um livro da Editorial Bizâncio, da coleção «Filosoficamente», com 189 pp.
Dignidade, de Donna Hicks

Nesta obra, prefaciada pelo arcebispo Desmond Tutu, não se entra apenas no valor da dignidade, mas também no papel que ela desempenha na resolução de conflitos. Na introdução é revelado um novo modelo de dignidade. Depois, o tema é aprofundado em três capítulos. No primeiro, constam os dez elementos essenciais da dignidade: aceitação da identidade, inclusão, segurança, reconhecimento, aprovação, imparcialidade, benefício da dúvida, compreensão, independência e responsabilidade. No segundo, deparamo-nos com as dez tentações de violar a dignidade; e, no terceiro, duas formas de como curar as relações com dignidade: reconciliação e a promessa. Um livro da Editorial Bizâncio, com 239 pp.