Empatia, do grego «páthos» – «estado de alma»[1] – significa ter a capacidade de entender e partilhar os sentimentos dos outros, criando conexões genuínas e respostas compassivas. A psicologia refere que é a identificação emocional com o «eu» de outro. Em bom português diríamos que é a capacidade de calçar os sapatos dos outros e, com eles, trilhar um caminho que não é o nosso.
Mas será a empatia uma capacidade intrínseca ao ser humano ou é uma competência que se treina?
Há, de facto, um conjunto de habilidades empáticas que podemos desenvolver e/ou melhorar. Ser empático é compreender uma perspetiva que não é a nossa; implica suspender o julgamento em relação à pessoa ou à situação que ouvimos ou presenciamos, pelo tempo necessário à compreensão da perspetiva que nos é apresentada; exige-nos a capacidade de reconhecer emoções, tantas vezes diferentes das nossas; exige a frontalidade de comunicar a forma como compreendemos as emoções com as quais nos deparamos.
Então como desenvolver essas habilidades empáticas? Com as seguintes práticas:
- Exercer a escuta ativa – ouvir realmente, mas também estar atento a aspetos como as emoções que quem escutamos nos transmite
- Analisar a perspetiva do outro, sem julgamentos
- Praticar a comunicação não verbal – estar atento à linguagem corporal e expressões faciais
- Dar respostas compassivas – oferecer apoio, mostrar interesse pela história pessoal do interlocutor
- Dar mostras de sensibilidade cultural – demonstrar respeito pelas origens e experiências culturais do outro
O mundo de hoje, que privilegia o individualismo, vê a empatia como uma fraqueza?
Se pensarmos no tempo que estamos sozinhos, mesmo rodeados de outros, será que ainda há espaço para pensarmos no outro e como ele se sente? Será que estamos a perder as competências necessárias para ponderarmos o ponto de vista do outro? Será que já consideramos impossível conviver com o outro que tem uma perspetiva diferente da nossa? Ou sequer equacionamos que a opinião do outro é tão válida quanto a nossa?
São perguntas de difícil resposta. Pessoalmente, considero que sem a capacidade de sermos empáticos ficamos presos num mundo mais pequeno, onde não cabem todas as opiniões. Ao sermos empáticos permitimo-nos ter acesso a mundo de oportunidades. Tornamo-nos pessoas melhores para nós e para os outros e ganhamos uma visão do mundo mais abrangente.
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Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico.
[1] empatia – no Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/empatia