Deixa-me ser, que eu… deixo-te estar

Porque é que, no fundo, nos achamos especiais e notáveis, quando a realidade é que passamos despercebidos? O Homem tem o (mau) costume de achar que é especial e único, contudo, ele é apenas mais um na multidão, uma gota no oceano, uma partícula de pó na imensidão do planeta.

Talvez, se cada um de nós saísse do seu pedestal e parasse para olhar para o lado, a vida fizesse mais sentido, mas como? Quando temos a capacidade de sair da bolha e de olhar para o próximo de igual para igual, passamos a olhar para dentro de nós, com outra perspectiva. Surge em nós a capacidade de reconhecer que tudo é efémero, que o que nos move não é, nem será, o que os outros esperam de nós!

Quando deixamos de viver como se fossemos os únicos seres insubstituíveis à face da Terra, aprendemos a libertar-nos das amarras que, tantas vezes, sentimos em relação aos outros. O segredo é sermos sempre “nós” com toda a autenticidade, fugindo dos rebanhos, das ideias pré-concebidas, das massas de pensamentos. Quando nos conseguimos distanciar de um padrão, as expectativas que os outros têm sobre nós diminuem e, consequentemente a pressão que sentimos deixa de ser relevante.

Muitas vezes, o que os outros esperam de nós é precisamente o oposto de tudo o que é da nossa natureza. Só quem tem a capacidade de assumir a sua verdadeira essência, em detrimento do que os outros possam pensar, é quem consegue alcançar a paz e a tranquilidade. Quando a vida é vivida para agradar a todos, há sempre uma parte no nosso interior que se perde no caminho, que deixa de se reconhecer.

O segredo é oferecer a nossa singularidade, a nossa verdade ao mundo e o mundo saberá conformar-se com o que lhe escolhemos dar, mesmo que tenhamos escolhido ser ninguém.

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