Quase como respirar, a necessidade de indagar, de descobrir, de saber o porquê é algo essencial e inato ao Homem. A curiosidade e a dita “bisbilhotice” é um traço transversal a qualquer ser humano que dos primeiros anos de vida à terceira idade estimula a nossa capacidade cognitiva sendo adversa a qualquer situação incerta ou indefinida que a lógica humana não possa explicar.
Por definição a razão é a característica singular e definidora do ser humano que o distingue dos restantes animais. À raça humana é reconhecida a capacidade de através da lógica e da compreensão de padrões chegar a conclusões que dão uma certa ordem e controlo à vida humana. Assim, a ambiguidade, a incerteza e a incompreensão são palavras que dificilmente entram no dicionário da humanidade que tem uma necessidade constante de procurar respostas.
Contudo, esta racionalidade e lógica humana esbarram com a subjectividade e emoção do indivíduo, desenvolvendo, por vezes, um conflito interno. A relação dicotómica entre a razão e a emoção é permanente desafiando a tal racionalidade humana com uma série de eventos e desastres que escapam à óptica humana e não oferecem as respostas às perguntas colocadas.
Catástrofes naturais, ataques terroristas ou outra situação que passe a barreira do perceptível são estudadas, exaustivamente, na tentativa de estabelecer uma razão que explique o porquê de determinado acontecimento se ter originado. E esta indagação contínua é ainda mais urgente para as sociedades contemporâneas que se encontram escravas da razão.
Compreender aquilo que ainda não foi compreendido, explicar aquilo que ainda não foi explicado será provavelmente a única certeza humana. Esta necessidade de estabelecer uma ordem e entender o mundo que nos rodeia, que parece não ter uma lógica dogmática e que evolui e cresce de forma espontânea fugindo ao nosso exame, é a missão da humanidade que quer alcançar e atingir o que ao olho humano nem sempre é possível ver.