Ser homem. Nascer com um pénis. Trabalhar. Negociar. Conquistar. Relativamente fácil. Nasceram para ser competentes.
Ser mulher. Nascer com uma vagina. Trabalhar. Negociar. Conquistar. Dificilmente é fácil. N
Dizem que trabalhar num meio de trabalho rodeado por colegas do sexo feminino é uma aventura mais difícil que caminhar sobre fogo. Desde as típicas intromissões, até ao acessível julgamento em praça pública. Digamos, apenas, coisa evidente, que as mulheres são demasiado “mulheres” para serem competentes, ao ponto de não saberem separar o seu eu profissional, do seu eu pessoal. Homens 1 – 0 Mulheres.
Isto mesmo confirma a blogger A Pimenta, que declara que “as mulheres perdem tempo a falar disto, daquilo, a conspirarem coisas que só na sua mente existem. Se a colega de trabalho lhes respondeu de forma diferente, já é caso para criar um bicho de sete cabeças. Se a colega de trabalho não ajudou nisto ou naquilo, é porque é esta ou aquela. E depois pela frente, são as melhores amigas do mundo”.
Contudo, novas evidências – apontadas, meus senhores,
Este tema, envolvido numa controvérsia machista, ganha destaque, em Junho de 2015, quando Tim Hunt – Nobel da Fisiologia – criticou o sexo feminino por ser uma distracção para os homens, no mundo trabalhador. Hunt afirmou categoricamente, “há três coisas que acontecem, quando há mulheres dentro do laboratório: elas apaixonam-se por eles, eles apaixonam-se por elas e, quando são criticadas, choram”, disse o Nobel de 72 anos, adensando ainda mais a fama de chauvinista que tem na comunidade científica. Mais uma crítica para as mulheres, enquanto incapazes de manter a ética. Homens 2 – 1 Mulheres.
O jogo continua e conforme vamos avançando na nossa pesquisa e entrevistas, verificamos que trabalhar com homens, também, tem os seus “quês”!
Uma pesquisa, realizada por uma entidade independente, demonstrou – segundo vários casos de estudo – a percepção que os trabalhadores, femininos e masculinos, têm das maiores qualidades e defeitos dos géneros opostos.
O desempenho feminino e masculino, segundo as mulheres
| Perfil | Mulheres mais efetivas que os homens | Homens mais efetivos que mulheres |
| Controla as emoções no trabalho | 6% | 65% |
| Gerencia situações de alta pressão | 15% | 31% |
| Trabalha com colegas do mesmo sexo | 14% | 32% |
| Toma decisões difíceis baseadas na lógica e em bom julgamento | 11% | 28% |
| Toma boas decisões comerciais | 7% | 19% |
| Forma times de alta performance | 21% | 10% |
| Fala/contribui de forma eficaz em reuniões de liderança | 17% | 13% |
| Comunica ideais ou argumentos complexos | 23% | 14% |
| Trabalha bem em equipes | 25% | 15% |
| Constrói relacionamentos com os colegas | 30% | 18% |
| Propõe e gerencia processos de mudança transformacional | 35% | 8% |
| Mantém o comprometimento com o trabalho enquanto gerencia as necessidades de suas famílias | 58% | 12% |
Como o quadro revela, para as mulheres há um pré-conceito de dificuldade de controlo das emoções, enquanto que os homens são encarados como “bichinhos do mato”, com elevadas dificuldades de comunicação. Mais do que isto, o estudo revela que as mulheres preferem ser criticadas por não saberem controlar os seus sentimentos, do que por não saberem comunica-los.
O desempenho feminino e masculino, segundo os homens
| Perfil | Mulheres mais efetivas que os homens | Homens mais efetivos que mulheres |
| Controla as emoções no trabalho | 4% | 62% |
| Gerencia situações de alta pressão | 3% | 46% |
| Trabalha com colegas do mesmo sexo | 10% | 40% |
| Toma decisões difíceis baseadas na lógica e em bom julgamento | 6% | 30% |
| Toma boas decisões comerciais | 5% | 13% |
| Forma times de alta performance | 9% | 19% |
| Fala/contribui de forma eficaz em reuniões de liderança | 11% | 14% |
| Comunica ideais ou argumentos complexos | 11% | 16% |
| Trabalha bem em equipes | 15% | 16% |
| Constrói relacionamentos com os colegas | 21% | 21% |
| Propõe e gerencia processos de mudança transformacional | 16% | 12% |
| Mantém o comprometimento com o trabalho enquanto gerencia as necessidades de suas famílias | 30% | 28% |
Para os elementos do sexo masculino, o trabalho é o seu campo de actuação – daí se considerarem mais eficientes, que o género oposto, em quase todos os aspectos. Porém, a sua auto-confiança é apenas golpeada – com uns míseros 2% a 4% -, quando se trata de gerir os processos de mudança extrema e de conciliar a actividade familiar, com a sua profissão. Assim, podemos determinar que, de certo modo, é mais importante para os homens mostrarem-se incapazes de gerir a sua vida pessoal e profissional, do que não saber gerir uma equipa.
Com esta análise, uma dúvida impera, na minha mente: se os elementos masculinos são tão eficazes, como afirmam ser, como podem existir tantos conflitos físicos, após jornadas de convívio, entre eles?
A resposta parece chegar-nos pela biologia: excesso de testosterona.
Parece-me que, o próximo argumento esgrimido será decisório para o nosso duro combate, que permitirá determinar o derradeiro género eficiente e profissional, em termos generalizados. Cabe-nos, agora, analisar a capacidade de liderança – essencial, em algum momento, para os trabalhadores.
A minha mente dispara logo, “prepara-te para dar a
Um estudo realizado pelo Korn/Ferry Institute, com mais de 4 mil presidentes de empresas nos Estados Unidos da América de ambos os sexos, revelou que as mulheres são capazes de assumir, de forma mais estabilizadora, duradoura e assertiva, do que os membros do sexo masculino. Como pontos principais, a investigação aponta para a empatia, a capacidade decisória, a energia mental e a dedicação aos projectos profissionais, tudo isto tendo em conta o seu papel fundamental – ainda, nos dias de hoje – para a sobrevivência e gerência das famílias.
Contrariamente ao pensamento geral, perpetuado
Conclusão, um pénis, no mundo do trabalho, é uma carga de trabalhos. Se não mais complicados, os homens equiparam-se, no que toca ao mundo do trabalho, às mulheres. Como acaba o jogo, numa duração eterna? Bem, o leitor é que decide.
