As raízes que nos ligam ao mundo

O facto de querermos – ou não – estar onde estamos, influencia – e muito – no nosso dia-a-dia. Às vezes nem é uma questão de escolha, é de falta de consciência pois andamos tão embrenhados nas tarefas rotineiras que já nem nos damos de conta que esquecemos-nos de quem somos para mergulharmos de corpo e alma no piloto automático.

É triste. Triste, porque andamos por aí sem estarmos bem assentes na terra. Deambulamos em vez de vivermos. Triste porque isto de viver sem nos darmos de conta faz-nos perder as maravilhas do mundo real. Sim, nestes tempos difíceis muitos esquecem a beleza, nem sempre é fácil entender os milagres que existem na Natureza, estamos tão focados na dureza e ficamos com medo da vida a acontecer. E é nesse momento que é imprescindível olhar para as nossas raízes. Porquê? Porque isso faz com que olhemos para nós próprios e isso é necessário para podermos nos aceitar tal como somos pois se não o fizermos corremos o risco de ter  ataques de ansiedade e de pânico, baixa vitalidade física e medos incontroláveis e irracionais. É preciso dizer mais?

Às vezes convencermos-nos de que o que temos para fazer é muito importante, mas a verdade é que a vida passa num instante. Vivemos num tempo em que não há tempo e com isso cresce o desalento que nos mata por dentro e que nos leva muitas vezes, para bem longe daqui. Por isto é que é urgente activarmos os nossos sentidos para que tudo comece a fazer sentido e podermos dizer ” Eu sou feliz por tudo o que vivi.”

Prestar atenção ao mundo é a chave, é preciso nos lembrar de todos os momentos em que sobrevivemos para poder viver. Focar nas coisas positivas, nos momentos bons, nas emoções que estamos a vivenciar, mesmo que tenha sido na última vez que precisámos de chorar.

É urgente viver no momento presente, de estar com os pés bem assentes. Há quanto tempo é que não encontram o vosso centro a viver um momento? Lembram-se da última vez que sentiram o cheiro da terra molhada? Sentiram a chuva a cair sem a mente engarrafada pelo que há-de fazer a seguir? E do barco a romper as águas do Tejo ou de outro rio ou mar qualquer? Lembram-se sequer? Lembram-se do voo de uma garça? Ou o som que faz uma pomba a pousar? Qual foi a última vez que prestaram atenção num passarinho a cantarolar? E as folhas, que pousam depois de o vento as obrigar a voar? Esquecemos que a Terra é um mundo maravilhoso e cheio de vida e que nós somos seres únicos que fazemos parte de um TODO. Precisamos de nos lembrar que podemos fluir com tudo e de que é importante estar no lugar onde estamos para que tudo um dia faça sentido. Se isto mexeu contigo, pergunta-te a ti mesmo se tu queres estar aqui. Aprecias-te a ti ao mundo?

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