Não conhecia nada de Mário Zambujal. Conhecia o nome, de entrevistas que tinha visto e ouvido, e conhecia a influência que vários escritores e jornalistas mencionavam. Na Feira do Livro, a curiosidade foi mais forte e decidi passar a conhecê-lo através do livro À noite logo se vê.
Gostei muito! Não tanto pela história principal, confesso, que embora engraçada e até surpreendente, acaba por ser uma pequena parte do livro. Preferi as pequenas histórias que o personagem principal ia contando. Imprevistas, irónicas, engraçadas. Os diálogos também eram cómicos e, embora estereotipados por vezes, não deixam de soar totalmente reais – porque às vezes as pessoas são mesmo estereótipos, não há nada a fazer.
E o fim! Sem dúvida que o fim foi excelente e imprevisto.
Muito bom livro, lê-se muito bem e fica-se com uma disposição diferente. Não há uma agonia por querer desvendar um mistério, conhecer uma história, ou corrigir o mundo (que eu adoro, já todos sabem!). É um livro bem-disposto que nos faz ir, apreciando cada pequena história e lembrança calmamente, com humor. Para mim foi até uma espécie de catarse, também, que me permitiu entrar nesse humor e sentir a literatura de uma outra forma.