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Youtuber, Instagramer, Blogger, Influencer

 

Poderia dizer estas palavras aos meus pais e eles iriam perguntar-me se eu tinha andado na pinga.  Mas na boa. Tenho 29 anos e eu sei que ainda sou uma moçoila na flor da idade, mas até a mim me faz uma certa espécie este novo tipo de profissões.

Quando eu era uma pequena cachopa, o meu objetivo e pensamento era o que iria ser quando fosse “grande”: médica, professora, astronauta, jornalista, advogada, entre outras. Hoje, o objetivo da malta jovem é ser Youtuber… Blogger… Influencer e Instagramer!

Não sou daquelas pessoas demasiado conservadoras, que não vêem mais nada à frente, mas expliquem-me, por favor, como é que isto são profissões? Como é que se ganha um milhão de euros ao final do ano (supostamente) por atirarem uma TV à piscina? Por fazerem mil e umas peripécias sem sentido nenhum? Ou por fecharem um colega no quarto com uma bombinha de mau cheiro? Eu fiz isso no secundário e fui expulsa da sala de aula. Hoje pelos vistos, dá milhões. Bolas!

Atenção! Não tenho nada contra quem faz disto vida, mas confesso que me faz confusão e chateia-me, quando vejo essas mesmas pessoas a trabalharem em televisão, só porque têm não sei quantos seguidores, enquanto que andam outras pessoas a estudar anos e são deixados para trás, porque não têm seguidores suficientes. Isso sim, chateia-me. Sou formada em jornalismo e o meu pai esforçou-se para me pagar o curso que sempre quis, em que todos os dias me empenho e envio currículos e vou às empresas apresentar-me e a resposta é sempre a mesma: “ Não estamos em condições de contratar neste momento”. E qual o meu espanto, quando há dias vejo uns quantos instagrammers em canais de televisão! Isso chateia-me. É porque têm mais seguidores que eu? É porque expõem a vida no insta? Expliquem-me, por favor.

Sinceramente, eu cheguei a tentar fazer isso para saber qual era o interesse da coisa, dizer que tinha almoçado um grande hambúrguer, ou que tinha ido ao ginásio. Desisti. Gosto de partilhar coisas no meu insta sim, mas daí a falar de todos os produtos que uso? De quantas bananas como por dia? Não consigo, desculpem. Já parece aquelas publicidades que introduzem nas telenovelas como se fizessem parte do guião e da história da novela. Poupem-me! Custa-me a acreditar que grandes empresas nacionais e internacionais precisem disso para vender os produtos. Precisam mesmo? As pessoas são tão fixadas nas tecnologias e na vida dos outros, que só compram o que esses instagrammers dizem para comprar? Desculpem se sou antiquada, mas faz-me espécie.

Não é inveja, como muitos poderão acusar, é apenas tentar perceber que raio de geração é esta que “vive” em função dessas pessoas “famosas”? Que só compram, porque elas compram? Repito: Não tenho nada contra, desde que não afete quem realmente estudou para trabalhar em certos sítios e seja excluído, porque os youtubers estão na moda. Só me chateia que hoje em dia nem seja preciso Currículo, basta ser palhaço e falar à voz esganiçada. Que já não se primem pela experiência, pelo esforço, que nem sequer dêem uma oportunidade, porque não és palhaço. É só isso que me chateia. Chateia-me que as pessoas apenas dêem valor a quem fala de forma engraçada e tenha arzinho de totó comunicador. Eu não estou a dizer que não são pessoas que não têm poder de comunicação, muito pelo contrário. São pessoas bastante carismáticas, mas o que não percebo é, que raio de mundo é este, em que as empresas apenas valorizem este tipo de “trabalhadores”. Critiquem-me, crucifiquem-me na internet, mas eu não percebo como é que criar vídeos no Youtube é “emprego”.

Eu sei que este texto e tema são bastante polémicos, mas apenas quero que alguém me dê razões ou me explique realmente como é que isto são consideradas profissões.

Sei o que muitos irão pensar e questionar: “Ela fala, mas de certeza que segue essas pessoas.” Sim, sigo, sabem porquê? Porque inicialmente tinham um Instagram “normal”, com dicas de maquilhagem ou como tirar uma mancha de chocolate no sofá (o que me teria dado muito jeito há uns dias atrás). A partir do momento em que começaram a introduzir os descontos das Prozis, dos Übers, dos cereais, do leite, do pão, da manteiga, simplesmente deixei de seguir e outros que ainda não tenha deixado de seguir, deixei de ver, mas vou deixar de seguir, tenham calma. “Se não gostas, não vês”. Sim malta, eu sei, respirem.

Portanto, fica a minha opinião conservadora desta nova geração e deixo um conselho ao pessoal estudante, principalmente ao de Comunicação e Publicidade: não estudem, criem um Instagram bem giro e tenham o maior número de seguidores e o vosso futuro está garantido. Ah! E não se esqueçam de pintar um arco-irís no cabelo.

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