Chama-se “X” e é mais conhecido pelo seu anterior nome: “Google X”. Tem nome de agente secreto ou de um possível vilão, mas é um laboratório (já não tão) secreto da Google, onde se desenvolvem projectos que mais parecem saídos de um filme de ficção científica.
Os carros conduzem-se sozinhos e os óculos têm ligação à Internet, permitem ouvir música e até tirar fotografias. Parece que se está a falar de umas invenções do Universo Marvel – das brilhantes criações de Tony Stark (Iron Man), por exemplo, – ou de um qualquer filme de ficção científica que nos faz acreditar no impossível. Contudo, estes são projectos da Google.
No seu laboratório (já não tão) secreto de pesquisa, o Google X, a empresa multinacional parece tornar a ficção realidade. “X” poderia ser o nome de um agente secreto ou de um vilão de uma qualquer história, mas é o nome dado a esta divisão que tem como objectivo atingir grandes avanços tecnológicos. Em Mountain View, na Califórnia, inventores e empresários de diversas áreas começam por olhar para um problema que afecta a vida de milhões, ou biliões de pessoas e depois propõem uma solução que parece saída de um filme de ficção científica.
O trabalho desenvolvido está sob a supervisão de um dos co-fundadores da Google, Sergey Brin, e é gerido por Astro Teller. E, para quem ainda possa pensar que isto não dava um filme, há um bónus: Teller é conhecido como “Captain of Moonshots”, porque a Google X denomina as tecnologias que pretende inventar e lançar de “moonshots”. Entre os projectos desenvolvidos estão os carros que dispensam um condutor humano para serem guiados e os famosos Google Glass.
O par de óculos capaz de disponibilizar uma pequena tela acima do campo de visão é um dos projectos mais badalados da Google X. O dispositivo tem ligação à Internet, permite ouvir música, tirar fotografias e partilhá-las instantaneamente. E foi capaz de provocar a surpresa, o êxtase e de terminar como um fracasso.
Todos queriam ter um par destes óculos tão especiais. Oprah, Beyoncé, Jennifer Lawrence, Bill Murray, o príncipe Carlos e até presidentes experimentaram o dispositivo. A revista Time considerou-o um dos melhores inventos do ano. E “Os Simpsons” dedicaram-lhe um episódio. Contudo, quando os críticos de tecnologia o experimentaram, o produto foi considerado o pior de todos os tempos. As críticas severas, a preocupação com a privacidade e outros problemas levaram, então, a que a Google deixasse de vender os Google Glass ao público.
Este não é, no entanto, o único projecto do qual já se ouviu falar associado ao Google X. Além deste e dos carros que se conduzem sozinhos, existem outros, como o Loon e o Makani. O primeiro consiste numa rede de balões capazes de levar a Internet até áreas rurais e remotas, ajudando a preencher lacunas de cobertura. O segundo está associado à criação de turbinas eólicas com menos peso do que aerogeradores convencionais, com software inteligente e um custo de produção muito mais baixo.
Em 2011, falava-se numa lista de 100 ideias. Hoje, poucas delas são conhecidas. Poucos sabem que ideias são essas e se algum dia chegarão até ao consumidor. Não se sabe que lucro pode a Google obter com estas inovações e se podem beneficiar a humanidade. É certo que o laboratório secreto da “gigante da web” já não é assim tão secreto, mas a verdade é que ainda pouco se conhece dos projectos que aí se desenvolve.