We Have Always Lived In The Castle, publicado em 1962, foi o último romance publicado por Shirley Jackson, três anos antes da sua morte. Ao longo da sua carreira de escritora, publicou seis romances, duas biografias e mais de duzentas histórias. Citada por muitos como uma das melhores escritoras de horror, é considerada uma influência em autores como Neil Gaiman, Stehen King, Joanne Harris e Richard Matheson.
Shirley Jackson viu duas das suas obras serem adaptadas para o cinema, Lizzie e The Haunting of the Hill House (renomeado The Haunting). The Haunting of The Hill house, considerado uma das melhores histórias de casas assombradas, teve mais duas adaptações. Em 1999 foi novamente adaptado ao cinema (The Haunting) e, em 2018, a Netflix tornou este aclamado romance numa série de grande sucesso (The Haunting of The Hill House).
O primeiro livro que li de Shirley Jackson foi We Have Always Lived in the Castle, um livro que até hoje permanece como um dos meus preferidos de sempre.
Sinopse do livro:
“«Chamo-me Mary Katherine Blackwood. Tenho dezoito anos e vivo com a minha irmã Constance. É frequente pensar que se tivesse tido um pouco de sorte poderia ter nascido lobisomem, porque o anelar e o dedo médio das minhas mãos têm o mesmo comprimento, mas tive de me contentar com aquilo que tenho. Não gosto de me lavar, nem de cães ou barulho. Gosto da minha irmã Constance, de Ricardo Coração de Leão e do Amanita phalloides, o cogumelo da morte. Todas as outras pessoas da minha família estão mortas.» “
A família de Constance e Merricat foi envenenada por arsénio, deixando as ilesas e incapacitando o seu tio, Julian. Constance, que cozinhou o jantar que vitimou a família, é considerada pela pequena aldeia em que vivem como a assassina. Merricat tinha sido enviada para a cama sem jantar, e o tio Julian só consumiu parte do veneno colocado no açúcar, deixando-o numa cadeira de rodas e preso a uma obsessão de descobrir o assassino.
Graças ao crime e às críticas, Constance tornou-se numa agarofóbica, nunca deixando a casa. Julian torna-se obcecado em escrever tudo o que se recorda e Merricat torna-se no único elo de ligação entre a família e o local onde vivem, indo semalmente às compras. Praticamente todos os habitantes temem e desprezam a família Blackwood, cantando canções terríveis e perseguindo Merricat.
Tudo corre bem na família Blackwood enquanto Merricat coloca os seus “feitiços de proteção” e enterra objectos de outras pessoas, até ao dia em que chega Charles Blackwood, um primo que vem alterar a família, para sempre.
Até hoje só gostei de duas adaptações de livros a filme/série: a mini-série da BBC de Jane Eyre de 2006 e a adaptação do We Have Always Lived In The Castle. Adaptado em 2018, o filme conta com quatro personagens principais, Taissa Farmiga como Merricat, Alexandra Dadario como Constance, Crispin Glover como tio Julian e Sebastian Stan como Charles Blackwood. Destes actores, tenho que destacar o papel formidável que Taissa Farmiga desempenha. Consegue trazer à vida todas as excentricidades que Merricat tem, representado perfeitamente uma adolescente que tem um mundo próprio, que vive pelas “suas próprias regras”.
O filme é estranho, tal como o livro. Depois de termos visto o filme, o meu namorado ficou extremamente confuso e teve que me pedir explicações. Não é um filme com final feliz, nem com um final fechado. É um filme tão estranho e tão desconcertante como o livro o que, na minha opinião, já é dizer muito.