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Vontades de Mãe

Quando uma mulher decide ser mãe na maioria das vezes só pensa na alegria e nos momentos de partilha amorosa que irá ter futuramente com o seu bebé. Contudo, nem só de bons momentos é feita a vida de uma mãe.

Durante a gravidez a mulher sente que todas as atenções são voltadas para si. Na fila do supermercado é lhes dado o direito de passagem, as amigas elogiam a sua imensa beleza, ainda que pese quase 100kg, os familiares satisfazem os súbitos desejos e caprichos, mesmo que isso signifique comer de uma só vez um balde de ameixas, e o pai do futuro bebé trata a esposa como se fosse uma boneca de loiça, pois esta é a forma que encontra de não se sentir à margem de todo este processo.

Que me perdoem todas as mamãs, mas nesta fase o nosso ego cresce de forma incontrolável! Sentimos tamanho poder que muitas vezes dizemos com um sorriso radiante que esta é a melhor fase das nossas vidas. Esquecemos os vómitos, as dores físicas, noites mal dormidas, porque estamos a ser idolatradas. Contudo, o que acontece, quando o bebé nasce?

As atenções são todas voltadas para o bebé que acaba de nascer e as que restam ficam para as questões relacionadas com o parto, ou então a respeito do que estamos a sentir, agora que somos mães.

Os primeiros dias são por norma hilariantes e, quando a mais recente mamã sai da maternidade e regressa a casa, começa um novo capitulo.
Os familiares correm em aglomerado para ver o bebé. A maioria não está preocupada se a mãe quer ou não estar sozinha com o bebé e o companheiro porque precisa de descansar e se ambientar à nova rotina. A mãe não interessa, o bebé tem que ser admirado por todos. E pobre da mãe que reage e pede para não ser incomodada…

O Ego da mulher sente o seu primeiro choque e acredito que muito do stress e depressão pós-parto sejam fruto de toda a negligência social com que a mulher é tratada após ser mãe.

São nove meses a ser tratadas como centro do universo e num ápice todas as atenções são voltadas para o bebé. Nem sempre há esta consciência e muitas mulheres passam meses a chorar ao mesmo tempo que se mutilam emocionalmente sem saberem porquê.

Os meses passam e a mulher sente que não tem tempo para si. A depilação deixa de acontecer e passam a vestir calças,  ginásio nem pensar, e comem lá pela meia noite quando o marido e o bebé já dormem.

Porque é que isto acontece? De que forma é que se manifesta? Como impedir que ocorra?

A resposta não é fácil, mas acredito que no enraizado da nossa essência todas as mães têm a resposta. Ser mãe é uma das melhores formas de aprender a amar e é aqui que mora o segredo. Como podemos amar o nosso bebé se não nos amarmos a nós mesmas em plenitude?

Peço perdão mais uma vez a todas as mães que batem no peito e dizem que fazem todos os sacrifícios do mundo em prole dos filhos, que eles estão em primeiro lugar e que abdicam de tudo o que as faz sentir bem porque é o seu DEVER como mães.

Começo humildemente por dizer que os nossos filhos não nos pedem nenhum tipo de sacrifícios e levarmos uma vida infeliz e de baixa auto estima certamente não fará com que eles sintam orgulho ou mais amor por nós.

Ser mãe não é um DEVER é sim, a meu ver, uma responsabilidade. DEVER entre outras coisas significa incumbência e obrigação e queridas mães dar amor é simplesmente dar amor. Sem obrigações e sem sacrifícios.

Ninguém ama por obrigação e se realmente o faz está na hora de rever todas as suas crenças.

Não se ama menos os nossos filhos porque vamos ao ginásio, comemos de forma saudável, bebemos café com as amigas, vamos ao cabeleireiro ou simplesmente decidimos passar um dia inteiro sozinhas sem choros ou biberons. Isto não faz de nós más mães, muito pelo contrario! Se estivermos bem, tranquilas, felizes certamente iremos ter o dobro da paciência e o dobro do amor para dar aos nossos bebés.

Por esta altura, já há mulheres a cogitar “É fácil falar”, e eu respondo que é fácil falar e fácil de realizar. É uma questão de organização e sobretudo de amor para connosco.

Ser mãe não é um DEVER é uma responsabilidade! É ter a consciência que tudo aquilo que não é feito com amor e entrega não é passível de ser realizado.

Só podemos exercer em pleno e conscientemente o papel de mãe se nos sentirmos felizes, bonitas e, sobretudo, se nos amarmos.

Só consigo ser boa mãe, mulher e companheira se me colocar sempre em primeiro lugar. E se isso faz de mim egoísta… parabenizo-me e faço um brinde com todas as mães egoístas do mundo.

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