Em busca da IMpossível perfeição ou a tentativa de encaixar tempo, em nossa falta de tempo, adiamos planos, projetos e ações. Com isso, a sensação de vazio confunde a mente.
Se já é adulto e nunca passou por isso, confesso surpresa. Ou é um caso raro ou é dos que não assume o que sente. Talvez nem para o outro, nem mesmo para si próprio. E ok! Quem é quem para julgar?
Nos cobramos demais. Deixamos a melhor louça para as visitas, guardamos a melhor roupa para as festas e esquecemos de nós. Esquece o curso que queria fazer, a viagem que só planejei, adiar, adiar…
Às vezes, sabotamos boas coisas em nossas vidas porque em algum lugar, em nosso interior, acreditamos que não merecemos. A tal da síndrome do impostor. É nem é tema inventado, é mesmo estudado e tratado. Faz com que pensamos mais na vida do outro do que em nós mesmos. Valorizar o outro e diminuir o meu. Não se permitir ser pessoa boa o suficiente, seja como for, no que for. Pode vir da infância, de sinais simples, de ausência de autoconhecimento e autoestima. Do achar que os elogios são exagero quando recebidos e não se permitir confiar em si mesmo.
As perguntas que persistem na mente: Por que estou nessa vida? Qual minha função? E isso nem é sobre religião. Menos perfeição e mais aceitação. Não querer prever nem sofrer por antecipação. Mais “pé no chão”.
No entanto, com tantas perguntas sem resposta a ansiedade “bate à porta” e aflora. Vem a culpa.
Do precisar ser grato. Gratidão por estar vivo, ter saúde, família, casa, trabalho, amigos e até problemas. Afinal, quem não tem? E com tudo isso, é um absurdo reclamar. Será?
Agradecer sempre, mentalizar coisas boas também. Afinal, somos energia. Mas somos também humanos, falhos, em aprendizado. Temos o direito de oscilar, de desanimar e de reconhecer. Isso fortalece, laços e alma.
A relva do vizinho nem sempre é mais verde. Nós que por vezes deixamos de olhar a nossa com admiração e fica tudo abandonado – sob o nosso olhar.
A mídia atual não esconde nada e a riqueza de detalhes, nos holofotes de famosos (e os não famosos que convivem conosco) apaixonados (?!) nos provam o quanto o amor-próprio ficou em 2º plano. Tantos que se submetem ao outro, se anulam e se esquecem. O amor é livre, mas o próprio devia ser obrigatório. A gente nascia e vinha na testa: Seja sempre primeiro você. Sempre primeiro você, primeiro você, primeiro você. Tipo treinar a tabuada: repetir, repetir, repetir, até memorizar.
Não há ninguém mais importante do que você. Seja sua melhor companhia. Seja a pessoa que deve satisfação, a que leva para passear e que curte seu silêncio, a que usa sua melhor louça e sua melhor roupa. Felicidade não é dependente, não divide, felicidade soma. Não coloque essa responsabilidade em nada, nem ninguém. Ela é sua e de mais ninguém. Não é sobre viver só. Um colo em sintonia é aconchegante. Já dizia Tom Jobim, “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.”
É sobre ser livre para se bastar e para somar com alguém ou ninguém. Seja relação amorosa, seja família, amigo ou inimigo. Respeitar seu tempo. Não se acomode em prol do outro. Priorizar você é meta.
Já sei que se conselho fosse bom, não se dava, vendia, mas sou amiga sem interesses e te aviso: A vida é agora. Viva enquanto ainda é uma escolha.
Excelente!
O amor é livre, mas o próprio devia ser obrigatório, porque sem ele não somos nós livres.
É mesmo verdade, Hugo! Concordo plenamente!