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Violência ou maldade?

É assustadora a dimensão da violência doméstica em Portugal resultado sobretudo da indiferença com que todos nós, sociedade, acabamos por tratar esta questão sem perceber ou avaliar o que está por detrás destes números que aumentam assustadoramente, e sem esquecer que estes crimes acontecem em autênticos cenários de horror.

Lembremos a definição de violência doméstica segundo a Wikipédia: é um padrão de comportamento que envolve violência ou outro tipo de abuso, por parte de uma pessoa contra outra num contexto doméstico, como no caso de um casamento ou união de facto, ou contra crianças ou idosos.

Que me desculpem mas violência doméstica tem uma abrangência muito mais vasta: é falta de respeito, de consideração, de amor-próprio e sobretudo maldade e cobardia por parte de quem a pratica.

É a total ausência de valores, de afeto, de amor, compaixão e humildade que arruína quem pratica a violência doméstica. Porque se os valores lá tivessem sido plantados e acalentados, não permitiriam de modo nenhum a prática destes atos infames, violentos e malvados.

O estudo profundo das situações de violência é uma tarefa ingrata, mas que importa ser feita, de certeza mais importante do que esmiuçar intrigas e discussões, explorando o que se diz sobre o que aconteceu, em suma, dar ouvidos a quem pouco sabe sobre o assunto, e desvalorizando o que realmente esteve na origem do cenário da violência doméstica.

Este é para mim o trabalho mais difícil de se fazer, mas que importa ser feito para se começar a disseminar esta maldição que se abateu sobre a nossa sociedade. Porque ficar indignado, criticar e proferir algumas ofensas contra quem pratica tão terríveis atos é fácil. Difícil é ir a montante fazer um trabalho estrutural que analise o que pode estar escondido em cada situação.

E nesta análise não é tão relevante perceber se houve traição, ou o que quer que seja que provocou o mal-estar, importa perceber a razão pela qual o criminoso não encontrou outras alternativas para sair daquela situação. Porque não abandonou a pessoa, porque não ignorou o assunto, ou porque não tentou entender?

Em suma, o que leva as pessoas a ter a violência como única solução para todos os seus males? Por que razão é sempre a resposta mais fácil? Parece que esta é sempre a única resposta. Não faz sentido, e é aqui que nos devemos deter: perceber a razão que leva quem pratica a violência doméstica a não encontrar qualquer outra saída que não seja esta, a violência.

Claramente a forma gratuita como a mesma é praticada tem que ter uma explicação sociológica que a justifique.

O modo de vida descartável dos tempos de hoje pode ser um dos grandes causadoras desta malvada realidade que permite se assassinem tantos seres em Portugal, nomeadamente mulheres que são arrancadas da vida sem qualquer razão aparente.

A cobardia por vezes é tanta, que não conseguindo aceitar o que acabou de fazer o “herói” termina em seguida com a sua própria vida, depois de ter matado a mãe ou a filha de alguém…

A sociedade e nomeadamente quem tutela em Portugal estas questões deve ao País uma intervenção gigante na procura da resolução desta grave questão. Se é verdade que os designados gestos “simbólicos” são importantes, não é menos verdade que estes têm que ser precedidos de implementações práticas que promovam a procura da solução para este massacre que ameaça tomar conta da sociedade mundial.

Em suma e como dizia John Lennon, “vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia.”

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