Aproveitar a experiência de quem nos é próximo, ouvir os seus conselhos, tomar decisões tendo em conta várias vertentes da nossa vida e ser prático em relação a vários assuntos são capacidades que podem levar-nos longe. No entanto, quando descuramos a nossa verdadeira essência em prol de pressões exteriores, acabamos a desperdiçar oportunidades e a destruir, aos poucos, a nossa individualidade.
Tantas vezes tomamos decisões baseadas no que nos aconselham em vez do que aquilo que pensamos ser melhor, ignoramos o nosso instinto porque alguém nos diz que não é a melhor opção, tememos o que podem pensar por seguirmos ou não um determinado caminho, por não correspondermos às expectativas que tinham de nós, e acabamos a fazer algo pelo qual não nos sentimos entusiasmados.
Esta é a realidade para muitas pessoas que acabam por adiar as suas paixões, por ignorar os seus sonhos e por escolher o que é mais seguro e confortável. Não é algo pelo qual devemos ser julgados. Às vezes a procura por estabilidade e segurança fala mais alto. Contudo, não tem que ser sempre assim.
Não temos que viver uma vida com a qual não nos identificamos apenas para sobrevivermos, apenas para estarmos estáveis, apenas para nos sentirmos confortáveis.
Primeiro: isso não acontecerá. Passaremos por altos e baixos sempre. Haverá momentos bons e maus, mais alegres e mais difíceis. E escolher aquilo com o que nos identificamos não é uma mera banalidade ou pormenor. Não é uma ingenuidade. É sim escolher aquilo pelo qual vale a pena ultrapassar qualquer obstáculo. É ter em conta o que queremos que seja a história da nossa vida.
Porque lutar por algo em que não acreditamos, passar uma imagem de alguém que não somos ou dedicar o resto da nossa vida a algo que não nos diz nada não é jogar pelo seguro, não é escolher o caminho mais sensato. É desperdiçar todas as oportunidades, todo o potencial e toda a capacidade que temos.
Mas, mais do que isso, é desperdiçar uma vida e carregar connosco o peso de um sonho que nunca foi concretizado, de uma realidade que nunca chegou a materializar-se. E o que ganhamos com isso, se não infelicidade, desgosto e arrependimento?
Qual o sentido da vida se não para sermos e fazermos o que nos motiva, o que nos faz sorrir e o que nos apaixona? Sim, há momentos em que fazemos algo que não gostamos ou passamos por experiências menos boas. Isso é completamente normal. No entanto, aquilo que queremos fazer, ser e transmitir não é algo pelo qual vale a pena arriscarmos?