Um Escritor na Guerra

“Obtive esta carta a partir de um soldado morto (…) «Sinto muito a tua falta. Por favor vem visitar-me, quero tanto ver-te, nem que seja por uma hora. Estou a escrever-te e caem-me as lágrimas. Papá, por favor vem visitar-me»”

Este texto vai ser duro. Contudo, incomparavelmente menos duro do que aquilo por que passaram as pessoas retratadas nos escritos de Vasily Grossman, o homem que na guerra se fez escritor.

Um Escritor na Guerra – Vasily Grossman com o Exército Vermelho 1941-1945 foi-me oferecido há mais de dez anos por alguém que conhecia bem o meu interesse pela II Grande Guerra e pela União Soviética. As notas escritas por Vasily Grossman nos mais de mil dias que, ao serviço do Krasnaya Zvezda (Estrela Vermelha – o jornal do Exército Vermelho), passou na frente leste acompanhando o Exército Vermelho, constituem um documento precioso.

As tropas avançam na escuridão. Uma rapariga corre para as observar. «Para ver se encontro o meu irmão.»

Grossman assistiu e passou por experiências dificilmente imagináveis, insistindo na preocupação em retratar o individuo em detrimento da força colectiva, um risco no seio da ditadura soviética.

Dos “pais enlouquecidos pela fome [que] comeram os seus próprios filhos” durante o “Grande Terror na Ucrânia” às execuções de judeus às mãos dos regimes soviético e alemão (Grossman era judeu)… da chacina que depauperou o anedótico Exército Vermelho nos primeiros meses da ofensiva (Estaline recusou-se a acreditar na traição de Hitler, demorando a reagir à invasão que chegou às portas de Moscovo) à histórica batalha de Estalinegrado e heroica resistência das tropas russas… da entrada “triunfal” em Berlim – o “covil da besta fascista” – entrelaçada pelas violações que os soldados do Exército Vermelho foram colecionando…

Um alemão culto cuja esposa recebeu «novos visitantes» – soldados do Exército Vermelho – explica com gestos expressivos e palavras russas intercaladas, que hoje ela já foi violada por dez homens. A senhora está presente.

História acerca de uma mãe em fase de amamentação que estava a ser violada num celeiro. Os familiares vão até ao celeiro e pedem aos violadores que dêem um descanso à mulher porque o bebé esfomeado não parava de chorar.

…ao esforço de guerra empreendido pelas mulheres russas…

As [jovens] auxiliares médicas saíam debaixo de fogo intenso para recolher os feridos e transportá-los ou arrastá-los para uma posição segura. Também levavam rações para as posições avançadas.

Recebemos cartas dos nossos professores. Eles estão orgulhosos por terem educado filhas como estas. As nossas amigas têm inveja de nós, por termos a oportunidade de curar feridas. O papá escreve: «Serve com honestidade. Regressa a casa com a vitória.» E a mamã escreve… Bem, quando leio aquilo que ela me escreve, começam a cair-me as lágrimas.

…da esquizofrenia assassina de Estaline na campanha Nem Um Passo Atrás

“Estaline emitiu a famosa ordem n° 227, conhecida como «Nem um Passo Atrás». Qualquer um que, sem ordens nesse sentido, se retirasse ou rendesse seria tratado como um «Traidor da Pátria». (…) A defesa de Estalinegrado foi endurecida pela disciplina mais aterradora. Cerca de 13.500 soldados foram executados nos cinco meses que durou o combate.”

…à extrema dureza do Inverno russo, pejado de neve e lama.

Uma dor brutal assolou Grossman durante a maior parte do tempo em que cobriu a guerra (teimando preservar a verdade num país cujo regime insistia em reescrevê-la): a culpa pela morte da mãe, que viria a carregar durante toda a vida, ao não conseguir chegar a Berdichev a tempo de a levar para Moscovo (viria a morrer às mãos dos alemães). Essa dor foi expressa numa carta escrita ao pai… Recebi um postal do Departamento de Migração dizendo que a Mamã não está na lista dos que foram evacuados. Sabia que ela não tinha conseguido escapar, mas ainda se me aperta o coração quando leio aquelas linhas tipografadas.;… à mulher… Hoje vou para Berdichev. (…) Disseram que (…) restam poucos sobreviventes (…) das dezenas de milhares de judeus que lá viviam. Não tenho esperança de encontrar a mamã ainda viva. A única coisa que espero é saber o que lhe aconteceu nos seus últimos dias e como morreu (…).… e à própria mãe (através da personagem Anna Shtrum do seu romance ‘Vida e Destino’ em 1950)… Agora passaram-se mais de nove anos desde que deixei de te escrever cartas, a descrever a minha vida e o meu trabalho. E acumulei tanto na minha alma (…) que decidi escrever-te para te dizer, e claro para me queixar, já que ninguém está particularmente interessado nas minhas tristezas. Tu eras a única pessoa interessada. (…)

Consigo sentir-te hoje tão viva para mim como no dia em que pela última vez te vi, e tão viva como quando ainda era um rapazinho e me lias uma história. (…) E penso que o meu amor por ti e esta terrível tristeza nunca se alterarão até ao dia em que eu morrer.

A mãe de Grossman, por cuja morte ele se culpabilizaria toda a vida.

As notas coligidas, organizadas e explicadas por Antony Beevor e Luba Vinogradova são um primor; uma tarefa hercúlea que enquadra o trabalho do jornalista em condições miseráveis. Acompanhando a linha da frente leste ao longo da guerra no mapa da Europa, entramos no dia 22 de Junho de 1941, quando Hitler traiu o pacto de Ribbentrop-Molotov e invadiu a União Soviética: tomamos consciência dos órgãos do regime comunista, do sistema persecutório instituído, da esquizofrenia de Estaline e de como as experiências vividas por um homem o levaram a tornar-se escritor (foi nos meses anteriores ao cerco de Estalinegrado que escreveu O Povo Imortal). Com o avanço da leitura, são as atrocidades do regime Nazi que vamos descobrindo, e uma forma de alienação capaz de pôr â prova tudo o que damos como certo…

Não sendo membro do Partido, Grossman gozou, ainda assim, da protecção que lhe conferia o estatuto de jornalista de um órgão oficial, mas se todas as suas notas tivessem sido descobertas, sobretudo as que relatavam episódios de derrotas, traições, deserções e violações, bem como referências à perseguição feita aos judeus, o NKVD tê-lo-ia silenciado.

Um Escritor na Guerra é uma obra demasiado importante para cair no esquecimento: um relato do que se passou num dos períodos mais negros da História da Europa; a prova de que a maldade não tem ideologia, religião, género ou país.

Quanto a mim, se bem que esta leitura não desconstrua por completo a visão romântica com que sempre olho para a História, ela impôs-me respeito: no confronto com tamanha miséria, demasiada para uma só vida, forçou-me a colocar os problemas quotidianos em perspectiva e agradecer a sorte de ter nascido numa época, lugar e sociedade onde posso usufruir de tanto.

Por que é importante a leitura deste livro? Para que se preserve a memória histórica. Tenho para mim que a morte da geração que testemunhou e sofreu o holocausto está relacionada com a ascensão dos extremismos na Europa: ou nos esquecemos ou deixámos de sentir o que não vivemos. É essencial manter viva a memória, seja através da ficção histórica ou de documentos como este, para que os erros do passado não se reduzam a apontamentos nos manuais escolares mas que a monstruosidade cometida pelos abjectos que ergueram Treblinka nunca seja esquecida.

O campo da morte de Treblinka… as vinte e oito páginas onde é replicado o artigo de Grossman O Inferno Chamado Treblinka são arrepiantes. Publicado no Krasnaya Zvezda em Novembro de 1944, o artigo foi citado no Tribunal Militar Internacional de Nuremberga… sem mais palavras…

O Inferno Chamado Treblinka…

Agora sabemos toda a história (…). Sabemos dos trabalhos na pedreira arenosa, sabemos que aqueles que não cumpriam os objectivos eram atirados do penhasco. (…) Sabemos da morte pela fome, das pessoas inchadas que eram levadas para fora do perímetro do arame farpado em carrinhos de mão e fuziladas. Sabemos das incríveis orgias dos Alemães, de como eles violavam as raparigas e matavam os amantes forçados imediatamente após; sabemos como um alemão embriagado cortou o peito de uma mulher com uma faca, como atiravam pessoas de uma janela a seis metros de altura, como uma companhia de homens embriagados durante a noite ia buscar dez a quinze prisioneiros às barracas e praticava diferentes métodos de assassínio, sem pressas, abatendo os infelizes no coração, na nuca, no olho, na boca, na têmpora (…). Sabemos de Strumpfe, que tinha ataques de riso involuntário cada vez que matava um dos prisioneiros, ou quando presenciava uma execução. Tinha a alcunha «Morte Risonha» (…). Sabemos do alemão zarolho de Odessa, Svidersky, cuja alcunha era “Senhor Martelo». Era considerado o especialista insuperável na morte «fria», e foi ele quem matou, ao longo de vários minutos, 15 crianças com idades entre os oito e os treze anos, que tinham sido consideradas inaptas para trabalhar. Sabemos do homem magro da SS, Preie, que se parecia com um cigano, cuja alcunha era «o Velho». Era sombrio e reticente. Para afastar a monotonia, sentava-se junto do fosso do lixo do campo e esperava pelos prisioneiros que aí se deslocavam em segredo para comer lascas de batata. Obrigava-os a abrir a boca e disparava para dentro das suas bocas abertas. Sabemos o nome dos assassinos profissionais Schwarz e Ledeke. Eram eles quem se divertia a disparar para os prisioneiros que regressavam do trabalho ao escurecer. Matavam 20, 30 ou 40 pessoas por dia. Nenhuma destas pessoas tinha algo de humano em si. Os seus cérebros, corações, almas, palavras e actos distorcidos, os seus hábitos eram como uma caricatura assustadora vagamente reminiscente dos traços, pensamentos, sentimentos, hábitos e actos de Alemães normais.

(…)

Os Alemães obrigavam as suas vítimas a comprar bilhete de comboio para a estação de Ober-Maiden (…). Atribuíra-se este nome a Treblinka porque tinham começado a circular rumores por toda a Polónia acerca do terrível lugar, e os homens das SS deixaram de usar a palavra Treblinka quando punham as pessoas nos comboios. (…) Pelo menos 150, mas normalmente 180-200 pessoas eram introduzidas à força num vagão de mercadorias. Durante a viagem, que por vezes demorava dois ou três dias, não se dava água aos passageiros. As pessoas sofriam tanto com a sede que bebiam a sua própria urina. Os guardas cobravam cem ‘zlotys’ por um pouco de água, e normalmente ficavam com o dinheiro sem dar água alguma. As pessoas iam esmagadas umas contra as outras, e por vezes tinham de fazer todo o caminho a pé. Normalmente, entre as pessoas mais velhas com problemas cardíacos, várias morriam antes do final da viagem, em particular nos dias quentes de Verão. Como as portas estavam sempre trancadas até ao fim da viagem, os cadáveres começavam a decompor-se, empestando o vagão (…). Se um dos passageiros acendesse um fósforo durante a noite, os guardas disparavam para um dos lados da carruagem.

(…)

Quando falavam desta última e triste passagem [a que os alemães chamavam o «O Caminho Sem Retorno»], todas as testemunhas mencionaram as atrocidades de uma criatura com forma humana, um homem das SS chamado Zepf. Era especialista em assassinar crianças. Esta besta, possuidora de enorme força física, subitamente retirava uma criança da multidão, e batia com a cabeça da criança no chão, como se fosse um porrete, ou despedaçava a criança em duas metades.

O trabalho de Zepf era importante. Acrescentava-se ao choque psicológico das pessoas condenadas, e mostrava como a crueldade ilógica era capaz de esmagar a vontade e a consciência das pessoas. (…)

E devemos estar todos aterrorizados, mas não pela natureza que dá à luz degenerados como este. Há muitas monstruosidades no mundo orgânico – os ciclopes, criaturas com duas cabeças, assim como as correspondentes terríveis monstruosidades espirituais e perversidades. O que é terrível é uma outra coisa: estas criaturas, que deveriam ser isoladas e estudadas como fenómenos psiquiátricos viviam num certo país como cidadãos activos e úteis.

(…)

Neste momento, os homens da SS largavam os cães treinados, que se atiravam à multidão e dilaceravam os corpos nus com os dentes. Os homens das SS batiam nas pessoas com as coronhas das pistolas-metralhadoras, ameaçando as mulheres petrificadas com gritos selvagens: «Schneller! Schneller!» Na entrada do edifício, os ajudantes de Schmidt empurravam as pessoas pelas portas abertas até às câmaras de gás.

(…)

Os habitantes da aldeia de Wulka, uma das mais próximas de Treblinka, dizem que, por vezes, os gritos das mulheres que eram mortas eram tão terríveis que toda a aldeia perdia a cabeça e corria para a floresta, para escapar àqueles gritos estridentes que atravessavam os troncos das árvores, o céu e a terra.

(…)

No início foram construídas três câmaras de gás. Enquanto decorria a sua construção, chegaram vários comboios, e os prisioneiros que esses comboios trouxeram tiveram de ser mortos com aço frio – machados, martelos e mocas – já que as câmaras ainda não estavam prontas, e porque os homens das SS não queriam recorrer a armas de fogo para que o barulho não revelasse o propósito de Treblinka.

(…)

Seremos capazes de encontrar em nós mesmos coragem suficiente para reflectir sobre o que a nossa gente sentia, o que sofria durante os seus últimos momentos naquelas câmaras? Sabemos que estavam todos silenciosos (…). Naquele ambiente terrivelmente apinhado, que esmagava os ossos das pessoas, que impedia que os seus peitos respirassem, estavam comprimidos uns contra os outros, escorrendo o derradeiro suor de morte pegajoso, estavam ali como um só corpo.

(…)

Tormentos terríveis aguardavam os que vinham do gueto de Varsóvia. As mulheres e as crianças foram separadas da multidão e levadas para os locais onde se queimavam os cadáveres, em vez de seguirem directamente para as câmaras de gás. As mães enlouquecidas pelo terror eram forçadas a conduzir as crianças por entre as barras brilhantes dos fornos sobre os quais milhares de cadáveres se contorciam nas chamas e no fumo, onde (…) se (…) sacudiam no calor como se tivessem regressado à vida, onde os estômagos das mulheres grávidas mortas se rasgavam com o calor, e os bebés por nascer ardiam nos ventres abertos das mães. Esta visão podia levar até a pessoa mais forte à loucura.

É infinitamente duro sequer ler isto. O leitor tem de crer em mim, é igualmente duro pô-lo por escrito. Alguém poderá perguntar: «Porquê escrever sobre isto, porquê sequer recordar tudo isto?» É dever do escritor contar esta terrível verdade, e é dever cívico do leitor aprendê-la. Todos os que virarem a cara, todos os que fecharem os olhos e pararem, insultam a memória dos mortos.”

(…)

O comandante do campo seleccionou várias crianças de um dos transportes, matou os seus pais, vestiu as crianças com as melhores roupas, ofereceu-lhes muitos doces, brincou com elas, e depois, uns dias mais tarde, quando se aborreceu daquele jogo, ordenou que as matassem. Um dos principais divertimentos eram as violações nocturnas e a tortura de mulheres e raparigas bonitas, que eram selecionadas em cada transporte. Pela manhã, os violadores levavam-nas para a câmara de gás.

(…)

Os prisioneiros que tinham de queimar os cadáveres não suportavam o terrível tormento moral, e todos os dias 15 a 20 deles suicidavam-se.

(…)

Prosseguimos a nossa caminhada através da terra revolvida e sem fundo de Treblinka, e subitamente paramos. Cabelo amarelo, ondulado, fino e leve, brilhando como latão, está preso na terra, e junto estão caracóis louros, e a seguir tranças pretas pesadas na areia clara, e depois mais e mais. (…) são os conteúdos de um (…) saco de cabelo que não fora levado. Tudo é verdade. Esfuma-se a esperança derradeira e desmente de que tudo fosse apenas um sonho. (…) E sentimo-nos como se o nosso coração pudesse parar exactamente neste momento, tomado por tamanha tristeza, tamanha dor, que um ser humano não pode de modo algum suportar.

Uma das folhas carregadas de notas onde Grossman registou as experiências vividas na Frente Leste

Depois da guerra, Grossman regressou a Moscovo tendo-se retirado para o campo sem conseguir escrever: havia tido um colapso nervoso. Ao recuperar, pôde cumprir a promessa de honrar nos seus escritos o heroísmo do Exército Vermelho e a memória das vítimas da invasão nazi.

Em 1961, um ano depois de terminar o seu grande romance Vida e Destino, o KGB confiscou todas as cópias do manuscrito com o veredicto de que “nem nos próximos duzentos anos se poderia publicar tal obra. O comentário era um reconhecimento notável da importância do romance.

Devastado, restavam-lhe os poucos amigos dispostos a correr o risco de permanecerem próximos. Morreu no Verão de 1964 com cancro do estômago, convencido do desaparecimento permanente da sua obra. Contudo, havia entregue uma cópia a um amigo… Vida e Destino foi publicado na Suíça em 1980 e só em 1988 viu a luz na URSS o que mostra a reserva que o país teve para com este homem, cujo limitado poder de que dispôs em vida se cingiu à honestidade e à palavra.

“A promessa implícita de Grossman à sua mãe foi finalmente cumprida. Ela viveu outra vez nas páginas do romance com o nome de Anna Shtrum. Grossman pode ter sido arrastado por este século de lobos, mas a sua humanidade e a sua coragem sobreviveram nos seus escritos.”

Epitáfio para Vasily Grossman

Entretanto entregaste-nos a História

Testemunho camuflado de censura,

A coragem que edificou a glória

A de um ‘Povo Imortal’ em ditadura.

 

Mil dias a morrer na frente leste

Construção da tua ‘Vida e Destino’,

Obrigado pelo ouro que escreveste

Da verdade foste um digno peregrino.

 

E se a tua mãe não soube de que herói

Se vestiu o filho que ela cá deixou,

Também não pôde entender como te dói

A vã culpa que a sua morte em ti plantou.

 

São os homens da palavra e da vontade

Na vez de armas e estratégias suicidas,

Que relatam o triunfo da verdade

Desvendando o valor das nossas vidas.

 

Jornalista e escritor incalculável

Uma guerra, um país, dois ditadores,

Demoraste-te num tempo miserável

Como tu merecias tanto mais louvores…

 

Quem consegue abrir passagem na memória

Sem cuidar da própria vida ou da fama,

Assina a existência com dedicatória

Não com lama.

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