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Um amor do passado de Kristin Hannah

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A história de amor de Madeleine e Angel ocorreu no final dos anos 70, e mostra uma dinâmica de relacionamento de casal de namorados, que se fosse hoje em dia, não fazia sentido. O livro “Um amor do passado” da autora, Kristin Hannah, é escrito de forma altamente eficiente, porque a cada capítulo que passa, o leitor fica muito envolvido na história, e quer sempre saber o que vai acontecer a seguir.

Esta analepse aos anos 70 foi um passo muito inteligente da autora, porque sem esta viagem ao passado, toda a lógica da história ficava desvirtuada e descontextualizada em relação à forma como se vivem hoje em dia os relacionamentos.

O título do livro não esconde o que todos sabemos em relação aos amores passados, vão sair esqueletos do armário. Aqui não é diferente. Nesta obra o que também não é diferente é o fato de que, uma das pessoas do antigo casal nunca esqueceu a outra, enquanto a outra pessoa fez por esquecer. Por isso, quem viveu um amor forte não recíproco vai-se identificar emocionalmente com este desencontro de sentimentos. Curiosamente, dei por mim a chorar em algumas passagens do livro, o que não é muito comum em mim atingir este nível de  empatia com a história das personagens.

Quando há um amor em que se pensa que não há nada a fazer, mas o reencontro acontece, é inevitável que o leitor passe a questionar-se se será possível reverter tanta situação pesada que se viveu no passado? Também se questiona se será possível uma pessoa conseguir fazer uma transformação tão forte? E será que é possível continuar a amar passado tanto tempo, também nos ocorre no pensamento? Mas a dúvida que fica no ar é, mesmo com a transformação das personagens, será que é possível ressignificar a história passada? Esta pergunta abre as portas a uma outra pergunta, que não quer calar, que é, será que pode ser possível haver qualidade no relacionamento atual a partir deste reencontro?

Porém, apesar de todo o questionamento que nos faz ter e do livro prender o leitor do início ao fim, eu não considero a forma como o livro está escrito brilhante, mas a história é de fato muito envolvente, sendo que a autora sabe muito bem prender a atenção do leitor do princípio ao fim.

É uma história de amor, com contornos dramáticos, escrita de forma leve, contudo, retrata uma história pesada que envolve doença, e a grande mensagem final do livro é que o amor cura.

É um bom livro de férias, ou para quem precisa descansar a mente e abstrair-se das suas responsabilidades do dia-a-dia.

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico 

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Rita Lopes
O meu nome é Rita Lopes e ensino gestão emocional a mulheres em situações e relacionamentos de não reciprocidade. Comecei a exercer hipnoterapia no formato presencial, com sessões individuais, e também como voluntária na Associação Integrar, detentora da CAIS, para pessoas sem abrigo em situação transitória. No final de 2017 ano lancei a minha própria marca, @ritalopeshipnoterapia, e passei todo o meu trabalho para a área online. Os meus serviços atualmente são compostos por diversas áreas que fui ao longo destes anos aprofundando, por isso, sendo a base a hipnoterapia nos meus atendimentos encontras várias outras ferramentas da área da Inteligência emocional e do mundo invisível, mais conhecido por energias. Para além do trabalho é possível que esteja em casa, ou na praia, ou na natureza, muitas vezes sozinha, mas outras tantas com a minha filha, ou com amigos. Gosto de ler, escrever, meditar e ouvir musica. Sou uma pessoa absolutamente normal sempre com coisas para dizer.

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