Ao longo da minha vida morar em apartamentos nunca me impediu de usufruir da companhia de animais de estimação: desde um coelho que ficou órfão com poucos dias de vida, a um pardal caído de um ninho e resgatado de encontrar o céu na boca de um gato, passando por um gato que me escolheu com um olhar até chegar a um cão que resolveu que haveria de ser um dos amores da minha vida.
Este 4 patas entrou na minha vida numa fase conturbada em que, felizmente, havia saúde, mas mais um bocadinho de sorte era preciso para enfrentar um Adamastor que impedia ultrapassar um cabo de tormentas. Esta bolinha de pêlo, que como prenúncio de bom augúrio foi nomeado Sir Lucky Charm, tem sido um valente companheiro a ajudar a enfrentar esse e outros monstros.
Apesar de ter sido retirado da sua família canina, tem feito da sua missão de vida ser mais do que um simples cão para a sua família humana, tornando-se um cãopanheiro para todas as ocasiões.
Num mundo em que a comunicação recorre incessantemente a palavras, os momentos de companhia silenciosa que este amigo de 4 patas proporciona relembram a importância de escutarmos os nossos pensamentos.
Os passeios diários de Sir Lucky Charm contribuem para a saúde física de todos os envolvidos.
O abanar da sua cauda quando chegamos a casa afasta, mesmo que apenas temporariamente, problemas, chatices e afins que trazemos agarrados a nós.
Não olhem ao pequeno porte deste cão quando toca a defender veementemente a sua família e o seu espaço, relembrando que o tamanho não importa, mas a coragem sim.
Há quem diga que há muitas formas de amor e há quem diga que o amor chega de muitas formas. À minha vida chegou um amor envolto em pêlo, movido por abanares de cauda, iluminado por um olhar ternurento – à minha vida chegou um amor de cão chamado Sir Lucky Charm.
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Antigo Acordo Ortográfico