Tudo É um Processo

Quantas vezes decidimos não arriscar pelo simples factos de julgarmos que as condições certas não estavam reunidas? Muitas. E, ainda que às vezes seja necessário tempo para fazermos algo novo, a verdade é que quando arriscamos e começamos sem estarmos 100% preparados, tudo à nossa volta acaba por se alinhar e por, de uma forma ou de outra, nos preparar para a mudança que estamos prestes a fazer.

Confiar no processo, mesmo quando é a primeira vez que fazemos essa mudança, é difícil. Confiar naquilo que não conhecemos parece algo arriscado e obviamente pouco seguro. E muitas vezes é, sobretudo em situações de verdadeiro risco.

No entanto, há tantas situações que percepcionamos como sendo de risco que, na realidade, não o são. Porque associamos risco ao que não conhecemos e, acima de tudo, porque vivemos numa bolha daquilo que conhecemos e do que é a nossa experiência. Porque o caminho que fizemos até agora é diferente de todos aqueles que conhecemos. E esta é uma forma de compreendermos que há tanto mais para lá daquilo com o qual estamos familiarizados.

A nossa realidade é diferente da realidade de uma outra pessoa num outro lugar do mundo. Aquilo que vivemos, aquilo em que acreditamos e aquilo que conhecemos. E, por isso, é que através de novas experiências expandimos os nossos horizontes, aquilo em que acreditamos e os nossos objetivos. Não porque não sabemos o que queremos, mas porque às vezes é necessário explorarmos um pouco mais, sairmos do ambiente que sempre conhecemos, contactarmos com algo completamente desconhecido para percebermos quem realmente somos e aquilo que queremos.

Porque quando temos certezas e um plano tão definido para o que somos ou deixamos de ser, muitas vezes somos surpreendidos pela vida que nos quer mostrar que, na realidade, não há nada fixo, nada garantido nem nada que não possa sofrer uma mudança de 180 graus a qualquer instante.

Ainda assim, estar preparado para a mudança a qualquer hora não é algo que faça parte do nosso dia-a-dia. Todos precisamos de um pouco de segurança, estabilidade e rotinas. Sem elas não conseguiriamos viver, com costante mudança nunca saberíamos o que esperar. Mas há sempre um meio-termo. Viver agarrado ao que o passado foi e a tudo o que é familiar pelo facto de, pelo menos, sabermos aquilo com que podemos contar, leva-nos a estados de tristeza e falta de realização.

Porque quando arriscamos percebemos que há sempre algo mais para lá do que conhecemos e mesmo que gostemos ou não, vale sempre a pena experimentar, mudar e arriscar. Pois só assim percebemos tudo aquilo que temos à nossa volta e as infinitas possibilidades que temos à nossa disposição.

De resto, e sem nunca nos esquecermos de dar o nosso melhor, podemos confiar que as qualidades e ferramentas de que tanto precisamos irão surgir na altura certa. Assim, passamos a ver tudo à nossa volta não com receio do que não conhecemos, mas como novos desafios para nos surpreendermos a cada dia.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

Misturas imprevistas e improváveis

Next Post

A Memória é um lugar estranho

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Read next

Não sonhes

Não sonhes! Não sonhes, porque morres um pouco de cada vez que sonhas. Perdes tempo a sonhar com a vida que está…