Treinar as emoções para ser feliz

A cada dia que passa, a ideia de sermos felizes parece ficar mais distante. Se há dias, ou momentos, de paz e alegria, logo a seguir somos invadidos por céus negros e tempestades. Quando algo começa a entrar nos eixos, parece que outros se desencaixam e descarrilam. Como areia nas mãos, a felicidade foge-nos por entre os dedos. «Os poetas homenagearam-na, os romancistas descreveram-na, os filósofos contemplaram-na, mas grande parte deles saudaram-na apenas de longe.»

«Por mais escapes que a vida atual tenha nunca houve tanta gente deprimida, infeliz, a tomar medicamentos para curar uma tristeza que nenhum remédio pode curar.»

Augusto Cury, no seu livro Treinar as emoções para ser feliz, diz-nos para não procurarmos a felicidade no mundo lá fora, ela está dentro de nós.

Mais do que falar-vos deste livro fantástico, vou deixar que ele fale por si. O psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor mais conhecido do planeta explica:

«A felicidade tem muitas filhas e filhos: o amor, a tranquilidade, a sabedoria, a alegria, a paciência, a tolerância, a solidariedade, o perdão, a perseverança, o domínio próprio, a bondade, a autoestima. Nunca se viu uma família tão unida!

Se maltratar alguns dos seus membros, tem grandes hipóteses de perder a família toda. Se ferir o amor, perderá a tranquilidade; se a tranquilidade o abandonar, perderá a perseverança; se a perseverança partir, perderá a sabedoria; se a sabedoria se for, a autoestima dirá adeus.»

O autor começa por nos elogiar dizendo que todos nós temos uma força incrível:

«Já venceu a maior corrida de todos os tempos, foi o mais corajoso da Terra e, por incrível que pareça, viveu o maior romance da história.» Foi o único espermatozoide, entre milhões, que conseguiu fecundar um óvulo e formar uma vida – a sua! Lutámos por ela e vencemos.

No entanto, «ser feliz pode ter-se tornado uma miragem para si. Talvez a sua vida se tenha transformado num canteiro de stress. Talvez já não saiba o que é ser espontâneo, livre e solto. Talvez tenha desaprendido de ser alegre e simples, e nem saiba mais fazer coisas fora da sua agenda, ainda que seja um jovem. Talvez pense muito e sinta pouco, talvez precise de grandes estímulos para se emocionar. Mas você deve reverter esse quadro.»

«Nunca se sinta um coitado diante dos seus problemas, caso contrário eles tornam-se um “monstro”. Todas as doenças emocionais amam o “coitadismo” e florescem na alma de pessoas passivas. Seja um agente modificador da sua história.

Acredite na vida, reacenda as chamas da esperança e disponha-se a intervir no palco da sua mente. Tais atitudes começam a preparar o caminho da saúde emocional.»

Cury leva-nos a viajar pelas águas da emoção, aconselha o treino que os pais deviam propiciar aos seus filhos, como gerir os pensamentos e conta-nos a história de um homem que ressurgiu do caos emocional. «Sempre com a ajuda do maior Mestre das Emoções: Jesus.»

Mas o que é a emoção, essa controladora da felicidade? «A emoção é a parte mais bela e a mais “burra” da psique. Ela dá sentido à vida, enaltece a existência, rejuvenesce os idosos, traz esperança para os abatidos e torna ricos os pobres. A emoção é encantadora, mas é destituída de lógica.»

«A emoção é um campo de energia em contínuo estado de transformação. Produzimos centenas de emoções diárias. Elas organizam-se, desorganizam-se e reorganizam-se num processo contínuo e inevitável.»

«Não é possível para a natureza humana ter uma emoção continuamente prazerosa. Não existe, como muitos psicólogos pensam, equilíbrio emocional. A emoção passa por inevitáveis ciclos diários. No entanto, a emoção é mais saudável quanto mais estável ela for e quanto mais perdurarem os sentimentos que alimentam o prazer e a serenidade.»

«A tolerância é um atributo dos fortes e não dos fracos. Só se constrói a tolerância quando se constrói primeiro a capacidade de compreender as limitações dos outros.

Quanto mais uma pessoa for intolerante, mais será invadida pelos comportamentos dos outros, mais instável e angustiada será. O mesmo princípio ocorre com a capacidade de perdoar. Perdoar não é sinal de fraqueza, mas de grandeza. Só os fortes perdoam, só eles conseguem ver o que está por detrás dos comportamentos dos outros. A arte do perdão protege a emoção. A capacidade de perdoar e de ser tolerante depende de um treino.»

«O mundo psíquico tem capacidade de atuar no mundo físico mais do que imaginamos. Grande parte das doenças físicas é desencadeada ou descompensada por fatores emocionais. Faça um favor ao seu corpo, ande pelas veredas da felicidade.»

Este conhecimento, e muito mais, está disponível na obra de cento e sessenta e uma páginas repletas de experiências, ilustrações, histórias, lições e conselhos que visam ajudar-nos a reprogramar as nossas vidas transformando-as para melhor.

Ler é saber, saber é poder!

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