Tonto, sem noção ou feliz?

Às vezes, escrevo e publico coisas sérias, noutras apenas fruto da imaginação, pensamentos, observações e, também, brincadeiras leves ou apenas parvoíces. Há quem não goste dessas misturas, há quem ache que não tenho noção. Se é a sério é a sério. Tontices ou unicórnios pelo meio é que não!

Pergunto-me:

Pode alguém ser respeitado se também brinca e diz parvoíces?

Será um humorista considerado disparatado?

Pode um escritor, polícia, arquiteto, advogado ou engenheiro ser valorizado se brincar ou comportar-se como uma criança?

Tudo dependerá das circunstâncias, dirão. Claro!

Mas será que, ao crescermos, só podemos assumir uma postura séria e adulta?

Levar uma vida alegre significa brincar, rir e não se levar demasiado a sério. Ser-se leve é não acrescentar peso desnecessário. É ter a inocência de uma criança e o riso espontâneo de quem não se preocupa com julgamentos alheios. É ser. É demonstrar a essência. É estar em sintonia com a natureza.

Rigidez não é sinónimo de ser-se mais credível. Não devia de ser. Muitos mentem com ar sério e verosímil (os políticos, por exemplo). Muitos dizem verdades a brincar. Olhem o caso do Ricardo Araújo Pereira. Todos os domingos entra pela nossa casa (pela minha, pelo menos) no programa Isto é gozar com quem trabalha. Brinca muito, é adulto, diz verdades, é considerado uma pessoa inteligente e influente.

Se a compra de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos aumenta cada vez mais, bem como as bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias é porque alguma coisa está mal.

Se na terra das oportunidades e do sonho americano, estima-se que 42% da população, com mais de 45 anos, toma medicamentos psiquiátricos, então, qualquer coisa, ou muita, está realmente mal.

É a vida. Não a sabemos viver. Talvez tenhamos perdido a alegria da juventude, de crianças. O divertimento e a brincadeira esfumaram-se algures no caminho.

Felizmente, há quem ainda saiba ser e viver.

Sim, porque a vida é para ser alegre, mesmo tendo noção dos problemas mundiais e pessoais.

Amanhã não estaremos cá e o mundo continuará a girar e a funcionar, na mesma, sem a nossa presença. Mesmo sem aqueles que são muito sérios, que encaram tudo com gravidade, que se acham muito importantes e donos da razão.

Nada trazemos quando nascemos e nada levamos quando morremos. Somos apenas um grão de pó que hoje existe e amanhã se vai.

O tempo passa na mesma, quer estejamos felizes ou tristes, a rir ou a chorar, quer façamos muito ou nada. O que escolhemos fazer e como decidimos nos sentir, nesse período, é o que fará a diferença.
Digo eu. E o Sadhguru.

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